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Presidente romeno é afastado pelo Parlamento

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Agência EFE

BUCARESTE - O presidente romeno, Traian Basescu, foi afastado nesta quinta-feira de suas funções pelo Parlamento em Bucareste após um procedimento iniciado pela oposição ultranacionalista e social-democrata, que o acusa de supostas violações da Constituição.

Com 322 votos a favor, 108 contra e 10 abstenções, Basescu foi afastado do cargo por um período inicial de um mês, embora se espere que o presidente apresente nas próximas horas sua renúncia, o que tornará necessário a convocação de novas eleições em três meses.

O chefe dos social-democratas e ex-ministro de Exteriores, Mircea Geoana, disse que a votação desta quinta-feira é uma 'vitória da democracia' e afirmou que Basescu representa 'um projeto político que fracassou. É incapaz de levar o país adiante'.

O Tribunal Constitucional opinou na quarta-feira em uma decisão consultiva que Basescu não violou a Constituição e que não cometeu nenhum abuso contra as instituições do Estado, os direitos humanos, nem atos de alta traição.

O presidente, que não assistiu à sessão parlamentar desta quinta-feira, por considerá-la um abuso inconstitucional, fez na quarta-feira à noite uma chamada 'à razão' e ressaltou que o afastamento do presidente afetará o futuro democrático do país.

O presidente assegurou que, se fosse afastado, renunciará, o que levará à convocação de eleições presidenciais antecipadas.

Com o afastamento do presidente, será organizado um plebiscito em um mês sobre sua destituição definitiva. Se Basescu decidir renunciar, deverão ser realizadas novas eleições em três meses.

O afastamento do presidente foi solicitado por 182 senadores e deputados do Partido Social Democrata, do Partido Romênia Grande, e do Partido Conservador.

Os liberais e os húngaros no Governo disseram que votariam "segundo sua consciência', enquanto o Partido Democrata e o dissidente liberal-democrata apoiaram o presidente.

Basescu, que venceu as eleições de 2004, com um programa de luta anticorrupção e por uma classe política livre de comunistas, é o político romeno mais popular, com um apoio de 40% do eleitorado.

A Romênia, país ex-comunista de 22 milhões de habitantes, entrou na União Européia (UE) há apenas três meses, sob condições impostas por Bruxelas, como intensificar a luta contra a corrupção e reformar seu sistema judiciário.