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Sudão assina acordo sobre forças africanas e ONU em Darfur

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Agência EFE

RIAD - O Governo sudanês assinou um acordo com a ONU e a União Africana (UA) sobre 'o papel e os deveres' das forças africanas e das Nações Unidas na região de Darfur (oeste sudanês), segundo informam nesta segunda-feira os meios de comunicação sauditas.

Estas fontes publicam que o presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, ligou na noite deste domingo para o rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, presidente rotativo da Liga Árabe, para informar-lhe sobre 'o acordo'.

Nem a agência saudita 'SPA', que transmitiu esta notícia no começo da madrugada, nem os jornais sauditas informaram outros detalhes sobre esse acordo.

No entanto, asseguraram que é 'um dos frutos' dos esforços do monarca saudita em favor de uma solução para o conflito de Darfur durante a cúpula árabe realizada no final de março em Riad.

- O rei expressou sua satisfação pela conquista do acordo, que favorecerá a estabilidade, a unidade e a segurança do Sudão, disseram as fontes.

Na cúpula árabe de março, o monarca saudita organizou uma reunião em Riad entre Bashir e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para tentar convencer o chefe de Estado sudanês a aceitar o posicionamento de forças internacionais em Darfur.

A reunião teve a participação dos secretários gerais da Liga Árabe, Amre Moussa, e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeleddin Ihsanoglu, além do presidente da Comissão da União Africana (UA), Alpha Konare.

O soberano saudita tentou então convencer Bashir de que uma força internacional não representaria nenhuma ameaça à soberania do Sudão, mas o líder sudanês insistiu em que as tropas de paz devem ser só africanas.

O subsecretário de Estado americano, John Negroponte, que chegou ontem ao Sudão, onde se reuniu com Bashir e visitou Darfur, pressionou as autoridades sudanesas para que aceitem o posicionamento de tropas internacionais na conflituosa região.

No entanto, as autoridades sudanesas afirmavam até ontem que só aceitam o aumento das forças da UA em Darfur, e que estas receberiam apoio logístico internacional.

A emissora de TV 'Al Jazira' informou hoje de Cartum que o Governo sudanês aceitou o envio de 'helicópteros' internacionais para apoiar a missão da UA em Darfur.

O conflito nessa região, fronteiriça com o Chade, começou em fevereiro de 2003, quando dois grupos rebeldes pegaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização da zona, e desde então a guerra causou mais de 200 mil mortos e dois milhões de refugiados.