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Rússia pode rever números do Holocausto, diz museu de Auschwitz

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REUTERS

VARSÓVIA - Uma polêmica sobre a nacionalidade de 1 milhão de judeus mortos no holocausto ficou mais perto de ser resolvida na segunda-feira, quando a Rússia indicou sua disposição em rever os números.

- Tive um encontro com o embaixador russo e acho que foi positivo, e me deu esperança de restabelecer o diálogo a respeito da questão - afirmou o diretor do museu que funciona no antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, Piotr Cywinski, em entrevista por telefone à Reuters.

Segundo ele, o embaixador russo na Polônia, Vladimir Grinin, pareceu disposto a sugerir uma revisão das cifras que constam em uma exposição russa em Auschwitz.

- O embaixador Grinin vê a necessidade de trabalhar mais na exposição russa e enviou algumas propostas a Moscou - disse Cywinski. - Agora estamos esperando a resposta deles.

Historiadores russos dizem que quase metade dos 6 milhões de judeus mortos nas mãos dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial eram cidadãos da União Soviética.

Mas o museu de Auschwitz contesta a cifra, dizendo que quase 1 milhão desses judeus eram cidadãos da Polônia, da Romênia e do Báltico, que só estavam na União Soviética por causa de um acordo de 1939 entre Hitler e Stálin para a divisão da Europa Central.

Na semana passada, autoridades russas acusaram a Polônia de impedir por razões políticas a exibição em homenagem às vítimas russas do holocausto. A exposição está fechada para reforma há dois anos.

Cywinski e o Conselho Internacional de Auschwitz, que reúne historiadores, sobreviventes e autoridades israelenses, responsáveis pela supervisão do museu, argumentaram que a exposição não poderia ser reaberta por distorcer a origem étnica de algumas das vítimas da guerra.

Eles alegam que esses judeus são homenageados no resto do museu, que abrange os fatos ocorridos também no campo de Birkenau.