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Líder da Fatah é incluído em troca de presos, diz Haniyeh

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REUTERS

GAZA - O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, anunciou na segunda-feira que Marwan Barghouthi, líder da facção Fatah, está numa lista de prisioneiros que o grupo Hamas pretende trocar por um soldado israelense sequestrado na Faixa de Gaza.

A declaração contradiz a do vice-primeiro-ministro Azzam Al Ahmad, também da Fatah, segundo quem Barghouthi, considerado um possível sucessor do presidente Mahmoud Abbas, teria ficado de fora da troca.

- Posso lhes confirmar que a lista (de prisioneiros) incluía o nome de Marwan Al Barghouthi, disse Haniyeh, dirigente do Hamas, durante um protesto semanal de parentes de palestinos presos em Israel.

O Hamas, um dos três grupos que assumiram a responsabilidade pela captura do soldado Gilad Shalit, em junho, disse há uma semana que as exigências para a libertação dele foram entregues a Israel por mediadores egípcios.

Barghouthi, deputado da Cisjordânia ocupada, foi condenado em 2004 pela Justiça israelense por causa da morte de quatro israelenses e de um monge ortodoxo grego em ataques de militantes. Ele cumpre cinco penas de prisão perpétua.

- Todos os países falaram de Shalit, mas quem sabe os nomes dos 11 mil palestinos prisioneiros em cadeias israelenses, quem os menciona, quem menciona o sofrimento da sua gente?, disse Haniyeh na manifestação.

- Por que tal política dúbia mesmo falando de uma questão humanitária?

A liberdade para os presos palestinos de Israel -- especialmente os que cumprem longas penas -- é um tema altamente emotivo para os palestinos. Da mesma forma, muitos israelenses se opõem à libertação antecipada de pessoas envolvidas em atentados.

Um ministro do Hamas disse na semana passada que havia aproximadamente 1.400 nomes na lista de prisioneiros apresentada a Israel.

Desde a vitória do grupo islâmico Hamas sobre a laica Fatah, em janeiro de 2006, há especulações recorrentes -- alimentadas por declarações de algumas autoridades israelenses -- de que Barghouthi poderia receber clemência, numa iniciativa de Israel para promover um novo parceiro para a paz.

Mas o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, questionado numa recente entrevista se Barghouthi merecia ser parte de uma troca de presos, respondeu que não.

Em uma nova declaração, o Hamas pediu aos grupos militantes que busquem capturar mais soldados israelenses para que sejam trocados por presos palestinos.