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Haniyeh não sabe se jornalista da 'BBC' seqüestrado continua vivo

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Agência EFE

GAZA - O primeiro-ministro Ismail Haniyeh afirmou nesta segunda-feira que o Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) não dispõe de informações suficientes para confirmar ou desmentir a morte do jornalista Alan Johnston, anunciada no domingo por um grupo palestino desconhecido.

De acordo com o primeiro-ministro da ANP, o Executivo palestino "está se movimentando e acompanha o caso para garantir a libertação imediata' do redator da emissora britânica 'BBC', seqüestrado há mais de um mês em Gaza.

No domingo, um grupo denominado 'As Brigadas da Jihad e do Monoteísmo' anunciou em comunicado que havia executado Johnston na Faixa de Gaza para 'enviar uma mensagem' aos que não haviam atendido suas exigências de libertação de prisioneiros palestinos.

Pouco depois, a ANP afirmou que não tinha informações consistentes sobre a veracidade destes 'rumores'.

"Por enquanto, ao que me consta, são rumores e esperamos que Johnston esteja vivo, porque a última coisa que os palestinos precisam é de um ato desprezível como este', disse o negociador-chefe palestino Saeb Erekat, em entrevista coletiva na cidade de Ramala, na Cisjordânia.

Diante desta incerteza, o Governo britânico informou hoje que está investigando 'urgentemente' e trabalhando 'estreitamente' com a ANP para determinar a veracidade do suposto assassinato de Johnston.

O Governo fez esta declaração depois que a 'BBC' informou hoje que ainda não conseguiu confirmar a notícia de que Johnston foi assassinado, como anunciou no domingo uma organização palestina.

"Continuamos muito preocupados com sua segurança e pedimos um esclarecimento urgente das autoridades palestinas e britânicas', ressaltou a emissora.

A nota foi divulgada depois que os pais do repórter expressaram sua angústia pelas notícias não confirmadas sobre seu assassinato.

"Estamos atravessando momentos de inquietação e desespero. Desde o mais profundo de nosso coração pedimos por alguma notícia sobre o paradeiro e de como se encontra nosso filho, para que entre em contato com as autoridades de Gaza', afirmam os pais em comunicado.

"Nosso filho viveu e trabalhou no meio do povo de Gaza durante os últimos três anos, para contar sua história ao mundo exterior. Pedimos a todos e a cada um (dos palestinos) que nos ajudem a pôr fim a esta duríssima prova', acrescentaram.

Johnston, de origem escocesa, passou a fazer parte do serviço mundial de notícias da 'BBC' em 1991, e viveu a metade desses 16 anos como correspondente em países como Uzbequistão e Afeganistão.

Durante os três últimos anos viveu em Gaza, local que devia deixar no fim de março.

Milhares de pessoas do mundo todo assinaram um pedido no qual pedem sua libertação e centenas de telespectadores enviaram mensagens de apoio ao site da 'BBC'.

Os jornalistas palestinos organizaram uma série de manifestações de solidariedade a seu colega.

Onze jornalistas foram seqüestrados em Gaza durante os três últimos anos, embora todos eles tenham sido colocados em liberdade pouco tempo depois, o que torna o caso de Johnston mais preocupante.