ASSINE
search button

Governo britânico investiga suposto assassinato de jornalista em Gaza

Compartilhar

Agência EFE

LONDRES - O Governo britânico informou nesta segunda-feira que está investigando 'urgentemente' a veracidade do suposto assassinato do correspondente da cadeia pública 'BBC' na Faixa de Gaza, Alan Johnston.

- Estamos trabalhando estreitamente com a Autoridade Nacional Palestina e buscamos urgentemente informações dessa e de outras fontes, disse um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.

O porta-voz oficial falou depois que a 'BBC' informou nesta segunda-feira que ainda não conseguiu confirmar a notícia de que Johnston foi assassinado, como anunciou no domingo uma organização palestina.

Em comunicado, a 'BBC' afirmou que ainda não tem uma 'verificação independente' da suposta morte do jornalista.

- Continuamos muito preocupados com sua segurança e pedimos um esclarecimento urgente das autoridades palestinas e britânicas, ressaltou a emissora.

- Nossos pensamentos estão com a família de Alan e pedimos aos que o mantêm refém que o libertem ileso, conclui o comunicado.

A nota foi divulgada depois que os pais do repórter expressaram sua angústia pelas notícias não confirmadas sobre seu assassinato.

- Estamos atravessando momentos de inquietação e desespero. Desde o mais profundo de nosso coração pedimos por alguma notícia sobre o paradeiro e de como se encontra nosso filho, para que entre em contato com as autoridades de Gaza, afirmam os pais em comunicado.

- Nosso filho viveu e trabalhou no meio do povo de Gaza durante os últimos três anos, para contar sua história ao mundo exterior. Pedimos a todos e a cada um (dos palestinos) que nos ajudem a pôr fim a esta duríssima prova, acrescentaram.

Uma organização palestina chamada 'As Brigadas da Jihad e do Monoteísmo' assegurou no domingo em comunicado ter matado o jornalista, de 44 anos.

O grupo, o primeiro a reivindicar a autoria do seqüestro, disse que tirou a vida do jornalista para dar maior força à sua exigência de que Israel ponha em liberdade os presos palestinos em seu poder.

No dia do seqüestro (12 de março), Jonhston viajava em um veículo alugado pela 'BBC' por uma rua do centro de Gaza quando foi parado por quatro homens encapuzados, que o obrigaram a sair do carro e entrar em outro veículo.

Tanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) como as forças de segurança e o grupo islâmico Hamas condenaram o seqüestro e pediram aos seqüestradores que libertem Johnston.

Johnston, de origem escocesa, passou a fazer parte do serviço mundial de notícias da 'BBC' em 1991, e viveu a metade desses 16 anos como correspondente em países como Uzbequistão e Afeganistão.

Durante os três últimos anos viveu em Gaza, local que devia deixar no fim de março.

Milhares de pessoas do mundo todo assinaram um pedido no qual pedem sua libertação e centenas de telespectadores enviaram mensagens de apoio ao site da 'BBC'.

Os jornalistas palestinos organizaram uma série de greves de solidariedade a seu colega.

Onze jornalistas foram seqüestrados em Gaza durante os três últimos anos, embora todos eles tenham sido colocados em liberdade pouco tempo depois, o que torna o caso de Johnston mais preocupante.