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Partidos norte-irlandeses aceitam retomar coalizão em 8 de maio

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REUTERS

BELFAST - Os principais partidos católico e protestante da Irlanda do Norte decidiram na segunda-feira, em uma reunião histórica de seus líderes, após décadas de inimizade, retomar em 8 de maio o governo autônomo de coalizão.

O pastor protestante radical Ian Paisley, líder do Partido Democrático Unionista (DUP), sentou-se lado a lado com Gerry Adams, dirigente do Sinn Fein (católico e republicano), para anunciar o acordo.

'Hoje concordamos com o Sinn Fein de que essa data será a terça-feira, 8 de maio de 2007', disse Paisley após a reunião no imponente edifício da assembléia norte-irlandesa.

'Acredito que possamos lançar as fundações para um futuro melhor, pacífico e próspero para todo o povo da Irlanda do Norte', disse Paisley.

Para Adams, o acordo marca 'o início de uma nova era de política nesta ilha'.

A Grã-Bretanha e a República da Irlanda há anos pressionam os partidos rivais da Irlanda do Norte a aceitarem uma coalizão, algo considerado essencial para consolidar a paz na província, assolada por décadas de violência entre católicos e protestantes.

O DUP defende a preservação do domínio britânico na província, enquanto o Sinn Fein tem como principal meta a incorporação da Irlanda do Norte à República da Irlanda.

O governo britânico havia dado a ambas as partes até segunda-feira para que começassem a administrar conjuntamente a província, sob pena de a região permanecer indefinidamente sob o controle de Londres. No sábado, porém, Paisley pediu adiamento até maio. A Grã-Bretanha sinalizou que aceitaria o novo prazo caso todos os partidos norte-irlandeses concordassem.

Paisley sempre se recusou a conversar com Adams por causa da aliança do Sinn Fein com a guerrilha IRA, responsável por quase 3.600 homicídios ao longo de 30 anos de conflitos sectários na província.

Na segunda-feira, Adams e Paisley estiveram sentados a poucos metros de distância, em torno de uma mesa, mas não houve aperto de mãos público.