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Deputados cassados entram no Parlamento equatoriano

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Agência EFE

QUITO - Pelo menos 17 deputados suplentes dos cassados há duas semanas pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) entraram na madrugada desta terça-feira no Parlamento equatoriano, com o objetivo de fazer com que seja retomada a sessão legislativa suspensa em função da crise política que o país atravessa.

O deputado Jimmy Jairala, do opositor Partido Roldosista Equatoriano (PRE), disse ao canal de televisão 'Ecuavisa' que viu hoje 17 legisladores suplentes dentro do Parlamento.

Ao todo, 57 legisladores, dos cem que formam o Congresso unicameral, foram cassados há duas semanas pelo TSE, em represália por sua decisão de tentar 'substituir' Jorge Acosta na liderança do Tribunal por Alejandro Cepeda. Ambos pertencem à mesma sigla, o Partido Sociedade Patriótica.

Acosta não acatou a decisão do Parlamento, com o argumento de que, em tempos eleitorais, o organismo que preside é a máxima autoridade e pode punir aqueles que tentarem interferir no processo.

A TV 'Ecuavisa' disse que os deputados suplentes entraram em dois ônibus durante a madrugada, após sair de um hotel próximo protegidos pela Polícia.

O Parlamento equatoriano amanheceu hoje com um forte esquema de segurança devido ao anunciado reinício de sessões.

Com os legisladores suplentes, poderia ser obtido o quórum requerido para instalar a sessão, o que que não aconteceu na terça-feira passada, quando alguns dos deputados cassados enfrentaram a Polícia para entrar no Parlamento.

Naquele dia, os deputados acabaram entrando na sede do Legislativo, mas em número insuficiente para instalar a sessão, que foi marcada para hoje pelo presidente do Legislativo, Jorge Cevallos, Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), de oposição.

A nova crise política no Equador teve origem no processo de convocação, pelo TSE, de uma consulta popular para 15 de abril. O Parlamento considera a medida ilegal, pois não aceita o estatuto enviado pelo Executivo para o estabelecimento de uma Assembléia Constituinte.