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Colonos judeus tornam Hebron 'insuportável', diz Peres

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REUTERS

JERUSALÉM - A presença de colonos judeus dentro da cidade de Hebron, na Cisjordânia, criou uma 'situação insuportável' para Israel e para os palestinos, disse nesta terça-feira o vice-primeiro ministro israelense, Shimon Peres.

Ele fez as declarações um dia depois que colonos tomaram um prédio em construção em Hebron, dizendo que o compraram.

Uma família palestina local contestou a alegação de propriedade, dizendo ter comprado a estrutura de três andares, ainda sem janelas, de um palestino que vive na Jordânia.

Peres disse à Rádio do Exército que os colonos devem ser retirados caso tenham agido fora da lei, mas afirmou ser necessária uma solução para o problema de Hebron de qualquer maneira.

Cerca de 400 colonos israelenses vivem em enclaves fortemente vigiados e a tentativa de ampliar sua presença provavelmente aumentará a tensão na cidade, onde moram cerca de 150.000 palestinos.

Peres disse que o assentamento de Kiryat Arba, nos arredores de Hebron, foi construído para que uma comunidade judaica pudesse viver ao lado, e não dentro, da comunidade palestina.

'É muito difícil ter os dois ao mesmo tempo', disse.

Questionado diretamente se acha que Israel deve manter Kiryat Arba, mas retirar os colonos de Hebron, Peres disse que não quer esquentar o assunto agora, mas afirmou:

'A situação atual é insuportável e está absolutamente claro para mim que devemos encontrar uma solução, que seja rápida, e neste estágio manter a lei.'

O prédio tomado pelos colonos fica em uma estrada que liga Kiryat Arba e a Tumba dos Patriarcas, local sagrado para muçulmanos e judeus na cidade bíblica.

Hebron, na Cisjordânia ocupada, é alvo frequente de violência entre israelenses e palestinos.

Colonos dizem ter direito bíblico de viver no local, mas os palestinos os consideram usurpadores.