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Ex-secretário-geral do PCCh acumulou quantidade recorde de dinheiro

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Agência EFE

XANGAI - Chen Liangyu, antigo secretário-geral do Partido Comunista da China (PCCh) em Xangai, máximo cargo político local, e que foi deposto por corrupção, pode se transformar no dirigente chinês do alto escalão com mais dinheiro sujo acumulado em toda a história do Partido, disse nesta segunda-feira a imprensa chinesa.

Segundo fontes ligadas à investigação anticorrupção à qual está sendo submetido, a principal prova de seus supostos delitos é a enorme quantidade de ações de grandes empresas cotadas na Bolsa de Xangai que detém, e cujo valor quase duplicou nos últimos meses, informa o jornal 'South China Morning Post'.

Chen é, até agora, o principal envolvido no maior escândalo de corrupção da última década na China, relativo à malversação de US$ 408 milhões dos fundos de pensão da cidade em obras públicas e projetos imobiliários.

No final de setembro, Chen foi detido por seu suposto envolvimento no caso e, desde então, o valor de suas ações disparou, até superar os US$ 38,6 milhões, o que, ironicamente, pode agravar a pena por seus delitos.

Tudo isto, segundo as fontes mencionadas, pode transformar Chen no dirigente político de alto escalão com maior quantidade de dinheiro sujo acumulado por meio de corrupção em toda a história do PCCh.

Entre os pacotes de ações nas mãos de Chen, supostamente conseguidos através de subornos e favores pessoais, havia alguns de grandes empresas locais, como a companhia estatal para o desenvolvimento do distrito financeiro da cidade, Lujiazui Finance and Trade Zone Development, e a energética Xangai Electric.

Diversos diretores da Xangai Electric, entre eles o presidente da companhia, Wang Chengming, e seus dois diretores, Zhang Rongkun e Han Guozhang, estão sendo investigados pelo caso, ainda que, este mês, uma auditoria internacional tenha declarado a firma livre de irregularidades.

Em agosto, Chen Liangyu afirmou que as acusações contra os três diretores envolviam 'graves violações da disciplina financeira'. Semanas depois, no entanto, ele mesmo foi detido e destituído, provocando uma crise política e uma investigação, que até agora resultou na prisão de 20 pessoas, dentre as quais 11 governantes locais.

Em 24 de setembro, Chen foi acusado de malversação de fundos, favorecer os interesses econômicos ilegais de vários empresários, proteger seus sócios mais próximos - apesar de eles violarem a lei - e de nepotismo.

Em nome de Chen, vários de seus sócios construíram e administraram sua atual pasta, para guardar papéis de ações, entre um conjunto de firmas vinculadas ou controladas em parte pelo Governo de Xangai.

Entre seus sócios estava Zhang Rongkun, magnata que também possuía parte da Xangai Electric.

Apesar de seu envolvimento no caso, Chen ainda é publicamente tratado como 'camarada', o que dá a entender que não foi expulso do Partido, e que já estava sendo investigado antes do anúncio de sua destituição da Secretaria-Geral de Xangai.

As fontes citadas pelo jornal esperam que os detalhes da investigação sejam divulgados, e que Chen seja punido antes da abertura do congresso do PCCh, em 17 de Outubro, quando a elite política chinesa voltará a dividir o poder do país para os próximos anos.

Segundo as fontes, os máximos dirigentes do Partido pretendem utilizar o caso como um exemplo de sua determinação para acabar com a corrupção.

No entanto, muitos analistas internacionais afirmam que a eliminação de Chen, partidário do 'grupo de Xangai', do ex-presidente Jiang Zemin, abre caminho para a consolidação da política do presidente Hu Jintao para o país.