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EUA devem ampliar ajuda alimentar, diz relatório

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REUTERS

WASHINGTON - Os Estados Unidos, principais doadores mundiais de alimentos, precisam destinar mais do que o 1,2 bilhão de dólares anuais que propõem para combater de forma eficaz a fome no mundo, disse uma ONG do setor na segunda-feira.

- A ajuda alimentar internacional sem dúvida reduziu a crônica lacuna alimentar na África Subsaariana e mitigou o impacto da crise - disse o relatório da Parceria para Cortar a Fome e a Pobreza na África, entidade com sede em Washington.

Mas são necessárias mais verbas para intervir em emergências alimentares agudas, além de atenuar antigos problemas relativos à fome e à desnutrição, segundo a ONG.

A Parceria inclui consultores governamentais, acadêmicos, entidades beneficentes, empresas de alimentos e o Banco Mundial.

O futuro da ajuda alimentar já é um tema polêmico em Washington, onde o Congresso se prepara para aprovar a lei que estabelece a política agrícola e alimentar para os próximos cinco anos.

Em seu pedido orçamentário para 2008, o governo Bush pediu 1,2 bilhão de dólares para o programa 'Comida por Paz', cerca de 80 milhões a mais do que em 2006.

O governo também costuma pedir orçamentos suplementares para a ajuda alimentar, além do orçamento regular, de modo que o total anual entre os anos de 2001 e 2005 ficou um pouco abaixo de 2 bilhões de dólares, segundo a Parceria.

Ao analisarem o pedido do governo, ativistas disseram que seriam necessárias mais verbas para ajudar lugares pobres ou violentos como o Sudão.

O governo quer também autorização para que até 25 por cento dos alimentos do programa 'Comida por Paz' sejam comprados na própria região em crise, ao invés de adquiridos de empresas dos EUA e transportados para essas áreas.

O governo argumenta que essa liberalização das regras de compras permitiria que a ajuda chegasse mais rapidamente aos necessitados.

Em seu relatório, a Parceria elogia os EUA, que agora fornecem metade da ajuda alimentar do mundo, por sua liderança histórica. Desde 1946, empréstimos e doações dos EUA para a compra de alimentos totalizaram mais de 73 bilhões de dólares.

Mas a Parceria pediu a Washington mais empenho para erradicar as condições que provocam a escassez de alimentos, usando a ajuda para melhorar a produtividade agrícola e apoiar a educação, a saúde e a criação de empregos em países vulneráveis.

A ONG viu com cautela a proposta de mudar as regras de aquisição dos alimentos, sugerindo um programa-piloto de 10 milhões de dólares para verificar as mudanças propostas e seu impacto sobre os preços dos alimentos e a nutrição nos países vulneráveis.