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Cruz Vermelha faz apelo para ajudar 300 mil iraquianos

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REUTERS

GENEBRA - A maior agência humanitária mundial pediu na segunda-feira dinheiro para distribuir roupas, cobertores, barracas e outros materiais de emergência a 300 mil iraquianos desabrigados pela guerra.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), com sede em Genebra, disse necessitar de 8,3 milhões de dólares para fornecer ajuda 'em circunstâncias extraordinariamente difíceis' no Iraque no próximo ano.

Ahmed Gizo, da divisão de Oriente Médio e Norte da África da entidade, disse que a escassez de água e luz agravou as condições no país, que vive uma onda de violência sectária, quatro anos depois da invasão norte-americana que derrubou o regime de Saddam Hussein.

Segundo Gizo, o Crescente Vermelho Iraquiano (uma das 185 sociedades nacionais que compõem a FICV) é vital para entregar bens essenciais a iraquianos em situação vulnerável em todo o país.

- Eles são os únicos que ainda podem fazer isso - acrescentou.

Em dezembro, homens com fardas policiais sequestraram 30 pessoas num escritório do Crescente Vermelho em Bagdá, das quais 13 permanecem em cativeiro, segundo Dorothea Krimitsas, porta-voz da FICV.

Ela afirmou que, mesmo atingida pela violência, a entidade ainda é a mais capacitada para fornecer ajuda humanitária no Iraque, devido à sua grande rede de voluntários e funcionários e à sua neutralidade.

Em seu apelo, a federação disse que os mantimentos emergenciais seriam destinados a famílias que tenham ficado sem arrimo, sem casa ou com pouquíssima renda devido à violência que, segundo a ONU, já fez mais de 630 mil pessoas deixarem suas casas desde fevereiro de 2006.

A verba também seria usada para treinar voluntários em técnicas de primeiros-socorros e para ajudar nas campanhas nacionais de vacinação contra a pólio, que deve atingir cerca de 100 mil crianças com até 5 anos.

No ano passado, o Crescente Vermelho Iraquiano e seus parceiros forneceram assistência material a 225 mil pessoas vulneráveis e monitoraram campanhas de vacinação para entre 70 e 90 mil crianças.

Citando um relatório de maio de 2006 do Programa Mundial de Alimentos da ONU, a FICV disse que metade dos iraquianos vive na pobreza e que mais de 12 milhões dependem de ajuda alimentar.