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Embaixador diz que Irã quer aumentar presença militar no Iraque

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Agência EFE

WASHINGTON - O Irã quer aumentar sua presença militar e econômica no Iraque, assegurou o embaixador iraniano em Bagdá, Hassan Kazemi, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal 'The New York Times'.

Kazemi disse que o Irã está preparado para oferecer treinamento militar às tropas iraquianas e destacou os estreitos vínculos econômicos existentes entre os dois países, ao assegurar que o Irã abrirá um banco em Bagdá.

As intenções de Teerã de reforçar laços com seu vizinho vão de encontro aos planos de Washington, que já disse ao Irã que deixe de se intrometer nos assuntos iraquianos.

Nas últimas semanas, os Estados Unidos detiveram vários agentes iranianos no Iraque. O país também assegura ter provas da cumplicidade iraniana em ataques contra soldados americanos perpetrados no Iraque.

O diplomata iraniano disse à publicação que seu país está pronto para oferecer às forças iraquianas treinamento, equipamento e assessoria para o que ele descreveu como 'luta pela segurança'.

Na área econômica, Kazemi afirmou que o Irã quer assumir uma grande responsabilidade na reconstrução iraquiana.

- Temos experiência em reconstruir após uma guerra - disse o diplomata iraniano ao 'NY Times', em referência à guerra Irã-Iraque, travada nos anos de 1980.

O embaixador acrescentou que seu país está preparado para "transferir essa experiência em termos de reconstrução aos iraquianos'.

O jornal diz que, pela primeira vez, Kazemi reconheceu que dois iranianos detidos e depois libertados por soldados americanos no mês passado eram agentes de segurança, como asseguravam os EUA.

O diplomata destacou que os agentes participavam de conversas legítimas com o Governo iraquiano e não deveriam ter sido detidos.

O diplomata também revelou os detalhes da abertura de um banco iraniano no Iraque.

O 'The New York Times' confirmou com um alto funcionário iraquiano que o Irã recebeu autorização para abrir a entidade.

O embaixador assegurou que o banco será o primeiro de vários que abrirão no Iraque. Ele adiantou que uma entidade agrícola e três instituições financeiras privadas também planejam iniciar negócios no país árabe.

O representante de Teerã não deu detalhes sobre a assistência militar ao Iraque, mas disse que inclui o aumento da segurança na fronteira e a criação de um 'comitê de segurança conjunto'.