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Corpo do presidente turcomeno Niazov é sepultado em mausoléu familiar

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PARIS - Os restos mortais do presidente do Turcomenistão Saparmourat Niazov foram sepultados neste domingo em seu mausoléu familiar, em sua cidade natal de Kiptchak, próxima da capital Ashjabad, durante uma cerimônia transmitida ao vivo pela televisão turcomena.

Centenas de convidados se sucederam no interior do mausoléu para prestar sua última homenagem ao chefe de Estado.

Antes do sepultamento, um imã presidiu a cerimônia fúnebre diante de uma multidão reunida para dar o último adeus a seu presidente.

Desde a manhã, milhares de turcomenos, vestidos de preto e com flores nos braços, faziam fila para prestar a última homenagem a seu presidente, cujo corpo ficou exposto à visitação em um de seus palácios.

As portas do palácio se abriram uma hora antes do previsto, às 08h00 locais (01h00 de Brasília), "devido ao grande número de pessoas que queriam saudar seu primeiro presidente", disse à AFP uma fonte governamental.

O corpo de Saparmurat Niazov estava em caixão aberto, vigiado por quatro militares, e a multidão desfilava diante dele, depositando flores.

Um grande retrato com moldura preta daquele que se fazia chamar de Turkmenbachi (líder de todos os turcomenos) foi colocado atrás do caixão, em uma ampla sala coberta de mármore.

Homens e mulheres com lágrimas nos olhos faziam fila sob um céu carregado, para poder se despedir do chefe de Estado, onipotente ao longo de seus 21 anos no poder, com fotos e estátuas de ouro em todo o país.

O rosto do autocrata também está presente em notas, moedas e garrafas de vodca.

- É um dia de sofrimento e de tristeza para nós. É como se toda a cidade estivesse reunida aqui para compartilhar este sentimento de luto, disse Jamal, de 38 anos, que fazia fila para ver Niazov pela última vez.

- Parece que o céu e a natureza também sofrem com a partida do presidente, disse Serguee, um empresário de 26 anos.

Todas as redes de televisão transmitem o evento ao vivo.

Niazov, que morreu na quinta-feira de parada cardíaca, dirigia o Turcomenistão com mão-de-ferro há 21 anos e instaurou no país um dos regimes mais fechados e repressivos do mundo, baseado em seu culto à pessoa.

Em setembro, recebeu numerosas críticas e acusações de tortura, após a morte na prisão, em condições obscuras, da jornalista turcomena Ogulsapar Muradova, que trabalhava na emissora americana Radio Liberty.(AFP)