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Príncipe Charles ganha ação contra jornal que publicou seus diários

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EFE

LONDRES - O príncipe Charles da Inglaterra ganhou a ação contra o 'Mail On Sunday', depois que o jornal perdeu nesta quinta-feira um recurso de apelação em relação com a publicação de diários íntimos do herdeiro do trono britânico.

O filho mais velho da rainha Elizabeth II apresentou há pouco mais de um ano uma ação contra o jornal por ter divulgado polêmicos trechos do diário que escreveu em 1997, durante sua assistência à transferência de Hong Kong à China por parte do Reino Unido.

No caderno, denominado 'A transferência de Hong Kong ou a grande comida chinesa para viagem', Charles qualificava uma das cerimônias que marcaram a devolução de soberania como um ato 'de terrível estilo soviético'.

O herdeiro da Coroa, simpatizante do líder espiritual tibetano Dalai Lama, também considerava uma 'propaganda' o discurso pronunciado pelo então presidente da China, Jiang Zemin, e chamava os políticos chineses de 'horríveis e velhas figuras de cera'.

Em março, o Tribunal Superior de Justiça do Reino Unido proibiu o "Mail on Sunday' de publicar novos trechos dos diários do príncipe, decisão contra a qual o jornal apresentou um recurso de apelação.

No entanto, um juiz do Tribunal de Apelação, Lorde Phillips, rejeitou hoje o recurso, ao considerar a divulgação dos textos uma intrusão na vida do príncipe.

- Como herdeiro do trono, o príncipe Charles é uma figura pública importante. Os cidadãos têm um interesse na informação sobre essas pessoas que é relativamente trivial. Por esse motivo, a publicação da informação pode ser particularmente uma intrusão, explicou o magistrado.

O jornal argumentou que a informação era de interesse público, porque 'os diários falam da opinião do príncipe sobre as relações entre o Reino Unido e a China e sobre a conduta do príncipe em seu papel de herdeiro do trono'.

No entanto, o juiz entende que a interferência na vida íntima de Charles 'supera a importância' da interferência no direito à liberdade de expressão do jornal.

Após ser divulgado o veredicto, o secretário particular de Charles, Michael Pe'at, se declarou 'satisfeito com o fato de que o Tribunal de Apelação decidiu que é arrasador o caso de violação da confiança do príncipe e rejeitou a apelação do 'Mail on Sunday''.

Não é comum que um membro da Família Real entre com ações na Justiça, embora a rainha Elizabeth II tenha processado em novembro de 2003 o sensacionalista 'Daily Mirror' por infiltrar um jornalista como criado no palácio de Buckingham com referências falsas