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'Que apodreça no inferno', afirmam opositores de Pinochet

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EFE

SANTIAGO DO CHILE - Milhares de opositores de Augusto Pinochet festejavam neste domingo a morte do ex-ditador chileno com cantos e danças em Santiago, ainda que lamentem que a Justiça não o tenha condenado pelos crimes cometidos durante seu mandato.

Apesar do intenso calor, milhares de opositores da ditadura de Pinochet, entre 1973 e 1990, festejavam na praça Itália com aplausos, entre bandeiras chilenas e do Partido Socialista, fotos de detidos e desaparecidos e imagens do ex-presidente Salvador Allende, que foi derrubado pelo militar. Muitos motoristas também faziam soar as buzinas dos seus veículos pelas ruas de Santiago.

- Vim para celebrar a morte do ditador, que espero esteja no inferno, mas é lamentável que não pudemos julgá-lo em vida - disse Javiera Sánchez, uma estudante de jornalismo de 18 anos.

Pinochet morreu neste domingo às 14h15 (15h15 no horário de Brasília) devido a uma falha cardíaca seguida de uma 'descompensação aguda' segundo os médicos que o atenderam no Hospital Militar de Santiago, onde foi internado há uma semana por um infarto no miocárdio.

Cerca de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram durante o período de ditadura militar e outras 28 mil foram torturadas, incluindo a atual presidente, Michelle Bachelet.

- Vou comemorar com minha família a morte do tirano. Aliás, tenho uma garrafa de cachaça brasileira guardada há 25 anos para comemorar esta data - disse Santiago Cavieres, um advogado de 75 anos.

- Eu estive no Estádio Nacional (que foi o centro das detenções depois do golpe de 1973), de lá me mandaram ao campo de concentração de Chacabuco, onde estive por oito meses (...) Todos que estivemos presos fomos torturados - acrescentou Cavieres.