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Islâmicos paquistaneses protestam contra lei favorável à mulher

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Reuters

KARACHI - Milhares de manifestantes islâmicos fizeram uma demonstração no sul do Paquistão neste domingo contra uma nova lei que reduz o ônus da prova para vítimas de estupro e permite que se busque justiça sem a necessidade de apresentar quatro testemunhas masculinas.

A Lei de Proteção à Mulher, assinada no mês passado, foi considerada um teste chave para a filosofia do presidente Pervez Musharraf de 'moderação esclarecida' para o seu país predominantemente muçulmano.

O protesto em Karachi, maior cidade do país, ocorreu um dia depois de Musharraf ter descartado qualquer mudança na lei apesar dos protestos de islâmicos.

Cerca de 10 mil militantes dos partidos islâmicos, a maioria barbada, gritavam slogans de 'Abaixo Musharraf' e 'Abaixo a Lei de Proteção à Mulher' na manifestação.

A lei tira o crime de estupro da esfera das leis religiosas e o inclui no código penal.

Pelas regras em vigor até então, introduzidas por um governo militar em 1979, uma vítima de estupro tinha que apresentar quatro testemunhas masculinas para comprovar o crime ou encarar a possibilidade de condenação por adultério.

Controvérsia em torno da reforma de leis islâmicas têm realçado uma luta entre progressistas e conservadores religiosos pela direção da sociedade paquistanesa.