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Diplomacia francesa não reagirá imediatamente à morte de Pinochet

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EFE

PARIS - O Ministério de Assuntos Exteriores da França 'não quer reagir imediatamente' à notícia da morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, disse à Efe um porta-voz da diplomacia francesa.

Pinochet morreu neste domingo às 15h15 de Brasília no Hospital Militar de Santiago, onde estava internado há uma semana após sofrer um infarto do miocárdio e um edema pulmonar.

O ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, também quis fazer nenhum comentário.

Informado ao vivo sobre a morte de Pinochet em entrevista na televisão 'France 5' e perguntado se queria fazer algum comentário, Sarkozy respondeu com um breve e seco 'não'.

Espera-se uma reação oficial da diplomacia francesa amanhã, segunda-feira, segundo o porta-voz de Exteriores, que lembrou que Pinochet tinha uma causa judicial aberta na França há oito anos.

A morte de Pinochet causou 'grande decepção' e um 'sentimento terrível de frustração' nas vítimas e famílias das vítimas da ditadura chilena, disse Efe a advogada Sophie Thonon, presente nessa causa judicial.

A advogada representa uma associação de ex-presos políticos chilenos e a família de Jean-Yves Claudet Fernández, desaparecido na Argentina dentro da 'Operação Condor'.

Apesar de sua morte, Pinochet será julgado 'simbolicamente', já que o julgamento que será realizado na França será 'contra a ditadura chilena, da qual ele foi artífice', disse Thonon.

Há dois dias, a juíza instrutora parisiense, Sophie Clément, deu por encerrado o sumário contra Pinochet e outros ex-militares chilenos acusados por seqüestro, torturas e atos de barbárie devido ao desaparecimento de quatro franceses durante a ditadura militar (1973-1990).

Thonon expressou seu desejo de que Pinochet não seja enterrado com honras de ex-chefe de Estado, porque isso seria como 'uma bofetada' para as vítimas.