ASSINE
search button

Allende: Julgamentos devem continuar apesar da morte de Pinochet

Compartilhar

EFE

MADRID - Isabel Allende, filha do presidente chileno Salvador Allende, derrubado por Augusto Pinochet em 1973, disse hoje que 'morreu o ditador' e que dói o fato de, além do desprestígio de ter sido processado ou acusado, nunca tenha concluído nenhum julgamento contra o ex-ditador.

A também deputada socialista, em visita particular à Espanha, insistiu em declarações à Efe na necessidade de que os julgamentos continuem.

"Os julgamentos têm que continuar. Com sua morte, não se fecha nenhum capítulo, nem da verdade nem da justiça, nem o da responsabilidade. Isso é doloroso porque nunca foi emitida uma condenação, que é o que todos buscamos', acrescentou.

Isabel Allende acrescentou que 'ainda há muito a fazer no Chile'.

Em relação à polêmica sobre o nível que o funeral de Pinochet deveria ter, Isabel Allende considerou que 'não merece, sob nenhuma circunstância, nenhum tipo de honra de Estado. É um ditador. Foi a pessoa que liderou a pior ditadura na história do Chile'.

A parlamentar afirmou que a morte hoje de Pinochet não representará grandes mudanças na vida cotidiana do Chile, porque 'há tempos já era uma figura bastante irrelevante'.

Isabel Allende lembrou as milhares de vítimas da ditadura chilena e 'a dor tão grande que (Pinochet) causou a milhares de chilenos que sofreram as piores violações de direitos humanos que conheceram na história do Chile'.