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Raúl Castro disposto a negociar diferenças com os EUA

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EFE

HAVANA - O presidente interino e ministro da Defesa cubano, Raúl Castro, expressou neste sábado sua disposição no sentido de "resolver na mesa de negociações" suas diferenças com os Estados Unidos sobre as bases do respeito e da não ingerência, embora tenha dito que não baixará a guarda na preparação defensiva da ilha.

Durante um discurso anterior ao início do grande desfile militar realizado em Havana em homenagem a Fidel Castro, o grande ausente do dia, e ao 50º aniversário da criação das Forças Armadas Revolucionárias (FAR), Raúl Castro expressou a disposição cubana de "resolver na mesa de negociações as prolongadas diferenças entre EUA e Cuba".

Castro condicionou sua oferta à aceitação por Washington de que Cuba é um "país que não tolera máculas a sua independência e à base dos princípios de igualdade, reciprocidade, não ingerência e respeito mútuo".

Raúl Castro afirmou que, após quase meio século de conflito, o país está disposto "a esperar pacientemente pelo momento em que predominará o bom senso na conduta dos símbolos do poder em Washington".

- Prosseguiremos consolidando a invulnerabilidade da nação sobre a base da guerra de todo o povo. Continuaremos elevando a preparação e coesão combativa das tropas regulares e suas reservas, e seguiremos acondicionando as operações militares e a modernização dos meios de combate para fazer com que correspondam ao emprego previsto em caso de agressão - afirmou.

- Preservaremos, custe o que custar, a liberdade do povo e a soberania e a independência da pátria - afirmou Raúl Castro, que em nenhum momento explicou os motivos da ausência de Fidel no desfile militar realizado na Praça da Revolução, em Havana.

O presidente interino de Cuba denunciou o "fracasso das políticas aventureiras da atual administração americana", e considerou que o Governo dos EUA "se encontra diante de um beco sem saída" após o fracasso da Guerra do Iraque.

- A chamada 'cruzada contra o terrorismo' se encaminha inexoravelmente para uma derrota humilhante - declarou o general Castro, convencido de que o povo americano, "da mesma forma que fez no Vietnã, porá fim a esta guerra injusta e criminosa".

- A unidade monolítica do povo, do Exército e do Partido é a nossa principal arma estratégica, e permitiu que esta pequena ilha resistisse e vencesse tantas agressões do imperialismo e seus aliados - afirmou o ministro da Defesa, que concluiu seu discurso com um grito de "Viva Fidel".

O líder cubano apareceu em público pela última vez em 26 de julho, e apenas cinco dias depois delegou provisoriamente o poder a seu irmão, após submeter-se a uma cirurgia devido a uma hemorragia intestinal provocada por uma doença declarada "segredo de Estado".

Aproximadamente 300 mil pessoas, segundo fontes oficiais, se reuniram na Praça da Revolução, cenário do desfile a que assistem o líder boliviano, Evo Morales, e o presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, entre outros.