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Greve de fome contra Morales já reúne 500 pessoas na Bolívia

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EFE

LA PAZ - O número de pessoas em greve de fome para exigir que o presidente da Bolívia, Evo Morales, respeite a lei vigente sobre a fórmula de votação na Assembléia Constituinte já chega a 500, informaram neste sábado diversas fontes.

O porta-voz do Comitê Cívico de Santa Cruz, Daniel Castro, disse à Efe que nas últimas horas o número de pessoas em jejum na cidade ultrapassou 320.

- Com os últimos informes recebidos ontem à noite, sabemos que o número já ultrapassa 300 - disse Castro.

O governador regional da região, Rubén Costas, e o presidente do comitê cívico Germán Antelo, anunciaram que na próxima segunda-feira se unirão ao protesto.

O deputado da centrista União Nacional (UN), Peter Maldonado, afirmou que seu partido tem neste momento 120 militantes em greve de fome, dentre os quais dois membros da direção nacional do partido.

Na cidade de Sucre, sede da Assembléia, cinco constituintes da força conservadora Poder Democrático e Social (Podemos) aderiram ao protesto, ao tempo que, na cidade de Tarija, outras 11 pessoas estão em jejum; em Beni, 22, e em Pando, 21.

A imprensa local informa que há outros grupos em greve em Oruro e Potosí, mas não cita números.

Os grevistas pedem a Morales e a seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), que respeitem os dois terços necessários para aprovar os artigos da nova Carta Magna, em lugar da maioria absoluta, como deseja o Governo.

Pela mesma reivindicação, os partidos opositores abandonaram na semana passada as sessões do Congresso, e seis dos nove governadores mantêm péssimas relações com Morales desde meados do mês passado.

Com a maioria absoluta (128 de 255 votos), o MAS pode aprovar sem necessidade da oposição as reformas na Constituição, apesar de ter ganho as eleições de julho com um apoio de 50,7%.

Na sexta-feira, os líderes cívicos dos nove departamentos pediram ao Governo uma reunião para este domingo, que discuta possíveis soluções para o conflito. No véspera, quatro regiões entraram em greve, com diversos graus de intensidade.

A greve de 24 horas foi realizada nos departamentos de Santa Cruz, Beni, Tarija e Cochabamba, embora nestes dois últimos com um impacto parcial.