ASSINE
search button

Ex-ditador Bordaberry e ex-chanceler Blanco apelam à Justiça

Compartilhar

EFE

MONTEVIDÉU - Os advogados do ex-ditador uruguaio Juan María Bordaberry e de seu ex-chanceler Juan Carlos Blanco confirmaram que entre esta quinta e sexta-feira apelarão da decisão de manter ambos em prisão preventiva enquanto são processados.

O recurso de apelação de Blanco chegou hoje ao juiz da causa, enquanto o de Bordaberry será entregue amanhã, assinalaram as fontes.

Em ambas as apelações se afirmou que os processos são marcados pela 'mais absoluta falta de provas', por isso não é possível formular as acusações que levaram à prisão dos dois.

Segundo os advogados de defesa só foram incluídas nas decisões judiciais 'presunções', por isso se carece de provas suficientes para julgá-los penalmente.

Bordaberry e Blanco estão em prisão preventiva desde o último dia 16.

O juiz penal Roberto Timbal processa o ex-presidente, eleito em 1971 e que se tornou ditador em 27 de junho de 1973, ao dissolver o Parlamento com o apoio militar, e o ex-chanceler Blanco, por co-autoria dos assassinatos, em 1976, em Buenos Aires, dos ex-legisladores uruguaios Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz, além dos guerrilheiros tupamaros Rosario Barredo e William Whitelaw.

As leis de perdão ditadas após o regime 'de facto' uruguaio (1973-1985) atingem apenas os militares e excluem os civis, como o ex-ditador e seu chanceler, motivo pelo qual puderam ser processados.