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Papa critica conformismo em encontro com clero húngaro

Líder católico ainda se emocionou com fala de padre

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 28/04/2023 às 14:12

Alterado em 28/04/2023 às 17:19

Papa se reuniu com clero húngaro Foto: Ansa

Em seu último compromisso desta sexta-feira (28) em Budapeste, o papa Francisco criticou o "derrotismo catastrófico e o conformismo" durante um encontro com o clero húngaro na Cocatedral de Santo Estêvão.

"Essas são duas interpretações - quero dizer as duas tentações - das quais sempre devemos nos proteger como Igreja. Uma leitura catastrófica da história presente, que nutre-se da desfaçatez de quem repete que tudo está perdido, que não há mais os valores de antigamente, que não sabe-se onde o mundo vai parar.

E depois há o outro risco, aquele da leitura ingênua do nosso tempo, que funda-se na comodidade do conformismo e que faz acreditar que tudo está bem, que o mundo mudou e é preciso adaptar-se", começou falando.

Segundo o pontífice, "contra o derrotismo catastrófico e o conformismo mundano" é preciso olhar o Evangelho que sempre "dá a graça do discernimento para entrar no nosso tempo com um comportamento acolhedor, mas também com espírito profético".

"É preciso aprender a reconhecer os sinais da presença de Deus na realidade, também onde ela não parece estar explicitamente marcada pelo espírito cristão e nos vem de encontro o caráter do desafio ou de interrogação. Trata-se da interpretação à luz do Evangelho sem se mundanizar, mas ser como anunciantes e testemunhas da profecia cristão. Fiquem atentos ao mundanismo: tornar-se mundano é talvez a pior coisa que pode acontecer a uma comunidade cristã", acrescentou.

O líder católico ainda afirmou que Igreja com a qual "devemos sonhar" é aquela que é capaz "de escutar, dialogar e de ter atenção aos mais fracos e que acolhe todos e é corajosa de levar o Evangelho para todo o mundo".

 

Padre irmão de mártir

Um dos momentos de maior comoção do Papa foi durante a fala do padre József Brenner, sacerdote da diocese de Szombathely e irmão do beato János Brenner, morto durante as perseguições do regime comunista no país. Em 2018, o húngaro foi declarado beato pelo próprio Francisco.

"Santo Padre, acolho-o em nome do clero e seja bem-vindo. Sempre fomos fiéis à Igreja que nós precisamos vivenciar na Segunda Guerra Mundial. Precisamos fugir e sofremos por décadas as perseguições do comunismo. Sou sacerdote há 66 anos e estamos aqui rezando por duas importantes intenções: para as boas famílias cristãs e para as boas vocações sacerdotais", afirmou.

Brenner contou a história de sua família, sempre ligada à Igreja Católica, e a honra que sentia ao ver o pontífice em seu país. (com Ansa).

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