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Colômbia promove 'cerco diplomático' contra Venezuela na ONU

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O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, convocou nesta segunda-feira a comunidade internacional a aplicar sanções que sufoquem o governo da Venezuela e ajudem a promover "uma transição genuína" no país sul-americano.

Duque, que faz sua estreia na ONU, disse que a crise na Venezuela é um tema recorrente em todas as suas reuniões e terá um espaço importante em seu discurso de quarta-feira na Assembleia Geral.

A Colômbia, que recebeu mais de um milhão de imigrantes venezuelanos nos últimos anos, promove a criação de um fundo humanitário de emergência para enfrentar o êxodo, e convocou para esta terça-feira, à margem da Assembleia Geral, uma reunião de chanceleres de países receptores de emigrantes, contribuintes e dirigentes do Banco Mundial, BID, CAF e agências da ONU.

A Venezuela reagiu chamando a Colômbia de "playboy do sistema internacional" e declarou que boicotará a reunião convocada por Duque para financiar o custo da onda de emigrantes venezuelanos.

Duque, que manterá um encontro bilateral nesta terça-feira com o presidente americano, Donald Trump, sugeriu que o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, não é bem vindo à reunião sobre o fundo humanitário.

"Quero ser muito claro sobre isto: O que há na Venezuela é uma ditadura e o que vamos ter aqui são países que defendem a democracia e querem a liberdade para a Venezuela", disse Duque sobre a presença de Arreaza na reunião.

Arreaza disse que "tem planos para assistir à reunião e aproveitar os presentes para pedir ao menos 500 milhões de dólares" em recursos "tanto para refinanciar a repatriação de venezuelanos que querem voltar" como para "indenizar a Venezuela pelo investimento que fez para receber ao menos seis milhões de latino-americanos", incluindo 4,5 milhões de colombianos.

"O mundo precisa de um verdadeiro e efetivo cerco diplomático para que possa terminar esta ditadura e retornar às liberdades e a democracia à Venezuela", declarou Duque após se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Nosso discurso não é belicista, mas fazemos um apelo à comunidade internacional para que denuncie e aplique todas as sanções necessárias".

Ao menos 2,3 milhões de venezuelanos (7,5% da população) vive no exterior, dos quais 1,6 milhão emigraram a partir de 2015, quando se agravou a crise econômica que devasta o país. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atribui a situação a uma campanha da oposição com apoio internacional.

Os chanceleres de Argentina, Colômbia, Peru, Chile e Paraguai anunciarão oficialmente nesta terça-feira o envio de uma carta à Corte Penal Internacional pedindo que se investigue supostos crimes contra a humanidade cometidos pelo governo venezuelano.

lbc/lr