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Pag. 24 - Ataque pode aumentar tensão entre cristãos e muçulmanos

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Papa Bento XVI condena o atentado aos fiéis. Presidente egípcio pediu justiça Depois do atentado que deixou 21 mortos e feriu 97 pessoas em uma igreja em Alexandria no último dia 31, há um temor generalizado de que se agravem as tensões religiosas no Egito. De acordo com o governo, o ataque foi cometido pela rede Al Qaeda. Uma fonte da força de segurança disse que sete pessoas foram presas e outras dez acabaram liberadas após serem interrogadas.

Ontem, o papa Bento XVI condenou o atentado. No dia 1º de janeiro, quando a Igreja Católica celebra o Dia Mundial da Paz, o pontífice dedicou a homilia do Ano Novo à liberdade religiosa e à tolerância.

– O gesto infame, como o de colocar bombas perto das casas dos cristãos no Iraque para forçá-los a sair, ofende a Deus e toda a humanidade – disse o papa, após a bênção do Angelus.

No Egito, dezenas de cristãos reuniram-se em uma catedral neste domingo para pedir que o Estado e a igreja tomem iniciativas para protegê-los. Os cristãos constituem cerca de 10% da população do país, que tem 79 milhões de habitantes, na maioria muçulmanos.

Cerca de 5 mil pessoas compareceram ao funeral das vítimas, e jornais egípcios incitavam cristãos e muçulmanos a se manterem unidos. As autoridades temem que o massacre provoque tensões cada vez maiores entre as duas comunidades.

– Alguém quer ver o país explodir e provocar uma guerra civil religiosa no Egito – destacou o jornal pró-governo al Rose al-Yusef .

De acordo com o Ministério do Interior do Egito, um homem-bomba auxiliado por estrangeiros pode ter sido o responsável pelo atentado. O presidente Hosni Mubarak pediu justiça.