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Quase 30 anos depois, Brasil continua no reino do "Vale Tudo"

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Em 1988, a novela Vale Tudo, da Rede Globo, mostrava um país mergulhado na corrupção, onde a mentalidade reinante era a de levar vantagem, custe o que custar.

Um diálogo entre a personagem Maria de Fátima (Glória Pires) e seu avô, Salvador (Sebastião Vasconcelos), retrata de forma cruel este cenário.

Maria de Fátima pede ao avô, funcionário da Aduana, que libere, em troca de suborno, a entrada de videocassetes para um amigo. 

Ele recusa:

"Quem deixa passar mercadoria sem pagar imposto está prejudicando o Brasil"

Maria de Fátima retruca:

"O país já foi à falência econômica e moral. Isso aqui é um país de trambiqueiro. Vai conseguir o quê com sua honestidade? Ninguém presta, ninguém vale nada, ninguém cumpre lei nenhuma. De uma maneira ou de outra, aqui nessa terra todo mundo é corrupto."

O avô se mantém firme: 

"Eu não quero ser conivente com essa polícia corrupta, com esse sistema penitenciário horrível, feio, imundo, triste. Princípio, dignidade e honra não são princípios abstratos. Quando eu morrer, eu queria muito te deixar de herança princípio, dignidade e honra."

Hoje, 28 anos depois, é triste constatar que o país pouco avançou: falência econômica e moral, trambiqueiros, corruptos e um sistema penitenciário horrível, feio e triste nunca foram tão atuais.

O país ainda aguarda o momento em que princípio, dignidade e honra prevalecerão.