Em meio às trocas de cargos por apoio, que dá o tom da política brasileira, a escolha do engenheiro Flavio Decat para a presidência de Furnas, em 2011, foi influenciada pelo perfil técnico.
No amplo currículo de Decat há passagens por diversas empresas do setor elétrico, tanto públicas, quanto privadas. Aliás, Decat iniciou a carreira na estatal brasileira. Em Furnas, ele começou como engenheiro na área de Manutenção e chegou a chefe da Usina de Mascarenhas de Morais, em 1974.
Depois, o profissional formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), prestou serviços à Eletrobras, Eletronuclear, estatais de Alagoas, do Piauí e também à Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG).
Em 2011, quando voltou a Furnas, pela indicação de Dilma, agradeceu à presidente por valorizar os quadros da estatal. À época, ele falou em "transparência absoluta" e prometeu uma gestão orientada pela ética.
À frente da subsidiária da Eletrobras, Decat aprofundou o espírito de inclusão social da companhia. Em 2015, o Programa Furnas Social destinou R$ 4,5 milhões por meio de um edital público para apoiar iniciativas voltadas à cidadania, geração de emprego e renda, educação e saúde. O apoio é destinado a 253 ações capitaneadas por instituições sociais.
Em fevereiro, a Furnas completou 59 anos de serviços prestados à sociedade. Na ocasião, Decat traçou os planos para o futuro. Ele espera que, até 2020, a companhia deve ampliar o parque gerador para 15,6 mil MW. Como balanço dos anos presidindo a estatal, ele citou o crescimento das receitas da empresa e o reconhecimento pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de indenizações devidas a Furnas por ativos da Rede Básica do Sistema Existente de Transmissão, no total de R$ 9 bilhões.