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Detran: dois pesos e duas medidas

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Neste fim de semana, um grave acidente expôs novamente a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa nos transportes públicos do Rio de Janeiro. A colisão de um ônibus numa mureta, na Linha Amarela, deixou cinco mortos e pelos menos 35 pessoas feridas. As mortes seriam chocantes por si só, não fosse a revelação de que aquele mesmo ônibus já havia sido multado 41 vezes desde abril de 2011, sendo 27 por excesso de velocidade. Suas multas somam R$ 3.473,18.

Na contramão da lógica, o mesmo Detran que permite que um transporte público que abusa das irregularidades permaneça circulando, colocando passageiros em constante risco, extrapola no rigor em blitz de Lei Seca, recusando documentos regulares, só porque são apresentados em cópias autenticadas.

Cabe uma pergunta ao Detran: em vez de exigir originais de documentos, recusando cópias autenticadas - portanto com fé pública - por que não agir com mais rigor na fiscalização dos ônibus, que abusam da velocidade, desrespeitam sinais e colocam diariamente milhares de vidas em risco?

O que o cidadão espera de um órgão que tem por obrigação garantir a ordem é, no mínimo, coerência e lucidez.