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Parece cena de novela, mas não é

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Uma cena da novela I love Paraisópolis, da Rede Globo, na noite de quarta-feira (30), parecia mostrar uma situação comum, e por isso mesmo se tornou uma situação assustadora.

Os personagens travam o seguinte diálogo

- Olá Clarisse, tudo bom?

- Poderia estar melhor, não é? Enfim, estou aqui para tirar o Sr. Jurandir da cadeia. A pedido do Benjamin.

- Que bom, fico feliz. O Benjamin é um rapaz muito generoso mesmo.

- Agora ele vive envolvido com as pessoas da favela, estou pensando até em abrir uma filial do meu escritório lá na comunidade.

- Ah, e por que não? O Benjamin e a Dona Isabelita têm escritório lá também.

- Eu prefiro utilizar o meu tempo com pessoas mais educadas. 

- Sei, igual aqueles bandidos de terno e gravata, não é? Estudados, com “pedigree”, eu conheço bem isso aí.

A banalização da criminalidade nos altos escalões já ocupa cenas de uma novela das 19 horas, horário em que o que se pode exibir são imagens consideradas apropriadas para membros da família de qualquer idade.

Donde se conclui que a criminalidade no Brasil, de qualquer tipo e escalão, já não é novidade para nenhuma criança.