ASSINE
search button

Joaquim Levy e o clima cada vez mais tenso

Compartilhar

O fim de semana foi de abatimento para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo fontes de Brasília, ele conversou com amigos sobre as dificuldades do atual conexto. Uma das grandes preocupações é com relação a análise dos vetos presidenciais no Congresso, nesta terça-feira (22).

Senadores do governo e da oposição, mesmo querendo ajudar, não conseguem ser ouvidos. Estes senadores e outros parlamentares destacam que Levy é um interlocutor, mas só da verdade dele. Eles afirmam que o ministro tem dificuldades no trânsito politico e ressaltam que, se não bastasse as dificuldades do governo pelo interlocutor que tem na Casa Civil, Levy ainda agrava a situação com seu tom autoritário, como se ele tivesse sido eleito pelo povo, e não o parlamentar.

A trajetória de Levy, desde que assumiu o Ministério da Fazenda, tem sido marcada por turbulências e frase polêmicas. Em janeiro deste ano, ele chegou a afirmar ao jornal britânico Financial Times que o seguro-desemprego era "completamente ultrapassado”, causando mal-estar. E em março deste ano, causou também um clima de atrito com a presidente Dilma Rousseff quando afirmou, em um encontro com alunos e ex-alunos da Universidade de Chicago, que achava que havia "um desejo genuíno da presidente em acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno.” As declarações causaram polêmica e foram seguidas de desmentidos.

Interlocutores destacam que a humildade, nesse momento de grave crise, é a receita fundamental para um governo democrático, onde o mundo político também tem importância.

Especula-se que o ministro Nelson Barbosa, e até mesmo outro banqueiro que teve a preferência do PT no início do segundo mandato, são nomes fortes para serem chamados se houver crise na área fazendária.