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Missão da CNC reforça relações do Brasil com Portugal

Encontro tratou de temas como livre-comércio e oportunidades de negócios para o Brasil na Europa  

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Para estimular as relações de troca entre Brasil e Portugal e aproveitando a reaproximação do Mercosul com a União Europeia, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) esteve em missão empresarial a Portugal no mês de novembro. A comitiva participou da II Conferência sobre o Acordo União Europeia-Mercosul, a convite da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB). O evento foi realizado pelas duas entidades, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, no Auditório Cardeal Medeiros, na Universidade.

O vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-AM, José Roberto Tadros, ressaltou que Portugal é porta de entrada para um mercado de aproximadamente 550 milhões de pessoas, de alto poder aquisitivo, em que o desenvolvimento do comércio é fundamental.

“Se antes existia uma preocupação em relação aos conflitos entre grandes produtores agrícolas de países do Mercosul e da União Europeia, ela está sanada. Isso permite um avanço no processo de integração com a economia europeia, extremamente válida sob qualquer aspecto que se avalie”, disse Tadros.

A agenda contou com o seminário Diagnósticos e Perspectivas da Economia Portuguesa, na Escola de Economia e Negócios, também da Universidade Católica Portuguesa. O programa do seminário, realizado por docentes da universidade, reuniu importantes temas como a estrutura da economia portuguesa, as crises financeira e bancária, a situação orçamentária em Portugal, as perspectivas econômicas, as relações político-institucionais Brasil x Portugal e a visão europeia atual sobre o Brasil.

A comitiva da CNC foi recebida na Embaixada do Brasil em Portugal pelo ministro-conselheiro Raphael Azeredo, que destacou a importância da reaproximação Mercosul-União Europeia, com o potencial acordo político que deverá ser firmado ainda em dezembro deste ano.

“Mais do que nunca, Brasil e Portugal estão também aproximando suas relações econômico-comerciais”, afirmou. O ministro reforçou o conceito de que Portugal é, de fato, uma porta de entrada para a Europa e notadamente para os produtos e serviços originários do Brasil. “A facilidade da língua e as semelhanças culturais são grandes atrativos.”

Representante de quase cinco milhões de empresas do setor terciário, que respondem por cerca de 25% do Produto Interno Brasileiro (PIB – soma das riquezas produzidas dentro do País), a CNC esteve reunida com as principais confederações portuguesas: a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Nas duas ocasiões, foram assinados Acordos de Cooperação Técnica CNC-CIP e CNC-CCP. Ambas as parcerias têm como objetivo aproximar as entidades, visando à troca de experiências e informações relativas a desenvolvimento econômico, comércio, políticas de investimento, transferência de tecnologia, suporte com as estatísticas dos países, entre outras.

Turismo como estratégia de Estado

A missão da CNC a Portugal também foi rica na troca de experiências no setor de turismo. Em reunião com representantes da consultoria multinacional CB Richard Ellis (CBRE)/NeoTuris,  o grupo da CNC teve acesso a uma série de apresentações sobre oportunidades de negócios e investimentos imobiliários nos segmentos comercial, turístico e hoteleiro.

Os representantes da CBRE/NeoTuris, Francisco Costa e Luís Pedro, apresentaram a perspectiva do mercado imobiliário em Portugal, com foco nos empreendimentos e ordenamento turísticos, e traçaram um panorama da evolução e perspectivas desses segmentos. O turismo teve destaque na recuperação da economia dos países europeus após a crise de 2008. Em Portugal, é uma das atividades que mais se desenvolvem e, em 2016, o incremento foi de 10,7% em relação ao ano anterior. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo português é o que mais cresce na Europa. Em 2016, foram 19,1 milhões, e o número de visitantes pode passar de 21 milhões em 2017. Por isso, em Portugal, o setor turístico é considerado estratégico, alvo de investimentos públicos, como a recuperação de várias zonas da região metropolitana de Lisboa, e de investimentos privados na ampliação da capacidade hoteleira, por exemplo.

Para o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio, o governo português tem tratado as políticas de turismo como estratégia de Estado, e não de governo, ou seja, com continuidade. “Uma maior interação entre Brasil e Portugal amplia a troca de informações e oportunidades de negócios e ajuda no progresso da economia de mercado e da iniciativa privada. Foi interessante conhecer a proposta de regulação da economia disruptiva em Portugal, pois ainda estamos debatendo uma regulamentação eficaz no Brasil”, afirmou.

Apesar disso, informou Sampaio, diversas outras ações estão sendo trabalhadas para melhorar o ambiente de negócios no segmento turístico brasileiro. Entre elas, a flexibilização dos vistos, a criação de vistos eletrônicos, a modernização da Lei Geral do Turismo, a abertura de 100% do capital estrangeiro para as empresas aéreas e a criação das zonas de exportação turística nas costas brasileiras, a fim de atrair investidores para instalar resorts.