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Impacto do Esporte e da prática de atividades físicas no Turismo

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Turismo e Esporte são dois segmentos com potenciais imensos no Brasil e, ao caminharem juntos, podem ter um impacto significativo na economia. Foi pensando nisso que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por meio de seu Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), promoveu o seminário Caminhos para o Turismo Esportivo, realizado na sede da entidade, no Rio de Janeiro, em 19 de junho. 

O presidente do Cetur/CNC, Alexandre Sampaio, abriu o evento, ressaltando o papel do Conselho como fórum de discussão sobre os assuntos de impacto no Turismo como atividade econômica. 

Luiz Lima, secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, realizou a primeira palestra, falando sobre como o esporte de elite pode contribuir para o turismo esportivo. Segundo Lima, o Brasil tem um potencial natural para a prática de atividades físicas e cada vez mais cresce o número de praticantes de esportes ao ar livre. 

“O Rio de Janeiro, por exemplo, é uma cidade única. Aqui é possível a prática de esportes em todos os dias do ano. Só na orla das praias, são mais de 30 mil pessoas realizando atividades em mais de 200 tendas de assessorias esportivas credenciadas pela Prefeitura”, afirmou o secretário, que concluiu dizendo que não é possível estimular o crescimento de investimentos em grandes eventos esportivos sem que a própria população esteja praticando essas atividades físicas. 

Produtos do Esporte com potencial para o Turismo 

No primeiro painel, mediado pela professora Maureen Flores, os palestrantes debateram o desenvolvimento de produtos turísticos relacionados ao esporte. Caio de Carvalho, ex-ministro do Esporte e atualmente no Grupo Bandeirantes de Comunicação, afirmou em sua participação que a ligação entre Turismo e Esporte não necessariamente precisa de investimentos do governo, uma vez que empresários acabam cumprindo esse papel por meio dos eventos. No entanto, segundo ele, motivar as pessoas e desenvolver a prática de atividades físicas entre a população é fundamental. “Temos uma população sedentária pelo País e ao mesmo tempo nos importamos com o esporte de alto rendimento. Poderíamos ter um grande investimento em qualidade de vida e prática de esporte para a população”, completou. 

O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Waldner Bernardo, apresentou os números do automobilismo no Brasil. Segundo ele, apesar de a Fórmula 1 ser a primeira coisa que vem à cabeça quando o assunto é automobilismo, o segmento é um campo extenso que atrai investimentos e movimenta financeiramente os locais onde as provas são realizadas. “O automobilismo brasileiro acontece de norte a sul do País, com provas que envolvem rali, kart, esportes de velocidade por terra ou por asfalto. Temos a Stock Car, que gera R$ 144 milhões em movimentação financeira nas doze cidades que recebem a corrida, além de 1.200 postos de trabalho. Também temos a Fórmula Truck, que movimenta muito mais a cidade de Caruaru (PE) do que as festas de São João. No entanto, são as festas que são mais conhecidas do público”, disse Bernardo. 

Ainda de acordo com o presidente da CBA, a Fórmula Truck ocupa 100% da rede hoteleira de Caruaru (mais do que o São João) e atrai milhares de pessoas para a cidade. “Imagina o que toda essa cadeia produtiva não gera de negócios só com a preparação para a corrida”, finalizou. 

Bebeto de Freitas, secretário de Esporte e Lazer de Belo Horizonte, destacou a importância de se investir em atividades físicas nas escolas e também nas cidades. Ele citou as iniciativas da capital mineira, com a reabertura de parques e a devolução à população. Além disso, falou da parceria com clubes da cidade para que eles abram suas portas para crianças da rede municipal de ensino. 

“Confundimos muito esporte e atividades físicas. Esporte é consequência da atividade física. Estamos acostumados a pensar nos nossos atletas como representantes do esporte do Brasil, mas não são representantes do esporte no Brasil, que é algo bem diferente”, completou. 

Finalizando o painel, João Traven, da empresa Spiridon, uma das realizadoras da Maratona do Rio de Janeiro, falou do impacto da competição na economia e no turismo da cidade. Só em 2017, participaram mais de 33 mil pessoas, o que trouxe uma movimentação de mais de R$ 200 milhões para a cidade, segundo os dados. 

Cerca de 91% dos corredores manifestam a intenção de participar das corridas no ano seguinte. Para Traven, algumas ações em parceria com hoteleiros e empresários de bares e restaurantes poderiam fazer o crescimento ser muito maior. “No ano que vem, a previsão que nós temos é de 50 mil pessoas participando da corrida. Os empresários podem ser nossos parceiros e aproveitar a oportunidade para estimular o crescimento do impacto que o evento terá na cidade”, concluiu.