ASSINE
search button

Big Data pode impulsionar turismo esportivo

Compartilhar

Em um mundo conectado, compreender os dados que estão disponíveis para melhorar o desempenho de um segmento é fundamental. O mesmo não é diferente para o turismo. Esse foi o tema do segundo painel do seminário Caminhos para o Turismo Esportivo, realizado pela CNC, em 19 de junho. 

O professor Fabio Porto, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), falou sobre a importância do big data e a sua interpretação para o planejamento de eventos e atividades. “Os dados permitem que se veja com clareza algumas previsões que podem basear atitudes que podem ser tomadas. Com a interligação de todos esses dados é que se pode provar determinada hipótese”, afirmou Fabio.

>> Impacto do Esporte e da prática de atividades físicas no Turismo

>> Iniciativas que contribuem para o turismo esportivo

O professor apresentou o SAHA (Sistema de Apoio Holístico ao Atleta), que funciona no laboratório do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e aplica os dados coletados para melhorar o desempenho de atletas de alto nível. “Esse sistema poderia também, por exemplo, tentar ver qual a relação entre o desempenho de alunos das escolas públicas em atividades físicas e o seu rendimento escolar”, disse. Fabio ainda deu o exemplo de um aplicativo que cruza dados do Flickr, a partir de fotos de turistas, gerando roteiros turísticos específicos. 

Fabio Porto completou sua apresentação ressaltando que o uso de grandes volumes de dados para tomadas de decisão aumenta a precisão e permite avaliar cenários. “Hoje, conhecimento é chave para o sucesso, e o conhecimento está nos dados. O que é preciso é saber extrair esse conhecimento dos dados”, completou. 

Em seguida, Michael Nagy, presidente do Rio Convention & Visitors Bureaux, explicou o trabalho da entidade na captação de eventos para o Rio de Janeiro. Michael afirmou que o planejamento estratégico é a principal ferramenta e que coordenar um calendário de eventos é fundamental para o funcionamento do turismo. “A iniciativa privada se sentiu alheia ao planejamento estratégico do governo para as Olimpíadas e precisou se organizar de forma independente. Estamos trabalhando um projeto chamado Rio 2020. Nossa preocupação é que o Rio chegue onde cidades como Sidney e Barcelona chegaram. Temos a obrigação de olhar o futuro”, esclareceu. 

Encerrando o painel, Mirko Lalli, CEO da empresa italiana Travel Appeal, mostrou, via videoconferência, como os dados podem impactar a escolha de um destino turístico e como eles funcionaram em cidades como Florença e Veneza. 

Mirko apresentou a experiência da empresa, que trabalha com camadas de dados e analisa aspectos como restaurantes, museus, hotéis, entre outros players, dividindo-os em dois grupos: como os destinos são percebidos pelos viajantes e como eles se comunicam. A partir daí, é possível fazer as adaptações necessárias para satisfazer a experiência do viajante. “Todos os dados podem ser lidos e mudar a percepção do destino”, disse Mirko. 

Ele falou também de cidades como Vancouver, Barcelona e Sidney, que conseguiram aproveitar eventos olímpicos realizados para se projetar como destinos turísticos. Mirko analisou ainda o perfil do novo turista, que está inteiramente conectado, procura as informações sobre os destinos e planeja as atividades antes mesmo de chegar ao local. “A prioridade desses superturistas é a conectividade, a disponibilidade do wi-fi, por exemplo. Isso já podemos prever nos dados e implementar a experiência do viajante”, afirmou Mirko.