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Confiança do empresário do comércio volta a subir em maio

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), voltou a subir em maio, considerando o ajuste sazonal, e atingiu 81,04 pontos, um aumento de 0,3% em relação ao mês passado.

Este resultado foi influenciado pela melhora da avaliação das condições correntes (+0,8%) e das expectativas para os próximos meses (+0,4%). Descontada a sazonalidade, o Icec de maio ficou em 79,2 pontos. Em relação a maio de 2015, o índice apresenta queda de 7,2%.

“Ainda é precipitado afirmar que há sinais de recuperação plena da confiança do comércio,uma vez que a demanda predomina em nível historicamente baixo, sobretudo em função da deterioração do mercado de trabalho e do encarecimento do crédito. A própria atividade do comércio vem sofrendo perdas consecutivas”, avalia Izis Ferreira, economista da Confederação.

Com uma queda de 16,2% em relação a maio do ano passado, o subíndice que mede as condições correntes (Icaec) chegou a 40,8 pontos. Apesar de ter um aumento de 0,8% em relação a abril, o índice se encontra bem abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos. Na comparação mensal, a percepção do comércio varejista está mais otimista tanto em relação à economia (+7,2%) quanto em relação ao desempenho do setor (+0,4%). Já no que diz respeito à própria empresa, no entanto, a avaliação apresentou retração (-1,3%). Além disso, para 93% dos varejistas, a economia piorou no fim de maio, mesmo percentual observado em abril.

Expectativas futuras melhoram

O subíndice ligado às expectativas em relação aos próximos meses alcançou 122,3 pontos em maio, com aumento de 0,4% na comparação mensal. O resultado positivo e acima da zona de indiferença é a soma do aumento das expectativas do desempenho econômico para os próximos meses (+0,1), do desempenho do comércio (+0,3) e o da empresa (+0,6%). Apesar de 54,9% dos entrevistados acreditarem que a economia vai melhorar nos próximos meses, o subíndice caiu 0,1% em relação a maio do ano passado.

Estoques ainda cheios

O componente que mede as condições de investimentos caiu 0,8% na comparação com abril e 12,2% ante maio do ano passado, alcançando 74,6 pontos. O comparativo mensal foi influenciado por reduções na intenção de contratação de funcionários (-1,0%) e na intenção de investir (-2,0%). Apenas a avaliação do nível dos estoques diante da programação de vendas subiu/melhorou (+0,4%). Dos empresários varejistas, 33,8% acreditam que os estoques ainda estão acima do adequado (em abril este total foi de 34,4%, o maior percentual da série histórica, iniciada em janeiro de 2011).

Na comparação anual, a retração em todos os componentes do subíndice (-12,1% para funcionários; -20,4% para investimentos; e -5,0% para estoques) reflete a queda observada no volume de vendas no varejo e a perspectiva negativa para o setor durante este ano. A CNC estima que o volume de vendas no comércio de 2016 caia em 4,8% no conceito restrito e 8,8% no conceito ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção.

Para 75,6% dos empresários consultados, as intenções de investimento no capital social da empresa estão menores, especialmente devido às altas taxas de juros.