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CNC aumenta previsão de recuo nas vendas do varejo

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Em fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro avançou 1,2% no conceito restrito ante o primeiro mês de 2016 na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (12) pelo IBGE.

Esse resultado, para a Confederação Nacional do Comercio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no entanto, foi insuficiente para repor as perdas do setor verificadas nos últimos meses de dezembro (-2,3%) e janeiro (-1,9%). Além da baixa base de comparativa, contribuiu decisivamente para a alta das vendas no mês, o comportamento dos preços na passagem mensal.

Apesar do resultado positivo no curtíssimo prazo e da perspectiva de uma evolução mais favorável da conjuntura econômica na segunda metade de 2016, especialmente, tocante ao comportamento dos preços, a CNC revisou de -4,2% para -4,5% sua previsão para o volume de vendas no conceito restrito (aquele que não registra as vendas de automóveis e matérias de construção). Igualmente, para o varejo ampliado, a projeção anterior da entidade (-8,3%) foi revisada para baixo (-8,8%).

De acordo com a própria PMC, a inflação média em janeiro (+0,1%) nos oito segmentos que compõem o varejo restrito foi a menor nesse tipo de comparação desde dezembro de 2014 (-0,4%). No varejo ampliado, que incorpora os resultados dos segmentos automotivo e de materiais de construção, a alta de fevereiro foi igualmente insuficiente para repor as perdas acumuladas nos dois meses imediatamente anteriores (-1,5% em janeiro e -0,8% em dezembro). “Além da queda na demanda, a intensificação de liquidações tem se tornado prática recorrente no setor como uma medida de aliviar o acúmulo de estoques e atrair novamente o consumidor às lojas”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC. Segundo dados coletados pela própria Confederação desde 2011, em março de 2016, 32,7% dos varejistas consideravam seus respectivos níveis correntes de estoques “acima do adequado” - percentual recorde em pelo menos cinco anos de levantamentos.

Perdas no primeiro bimestre

Na comparação com o primeiro bimestre 2015, o volume de vendas aponta para uma acentuação das perdas no primeiro bimestre. Nos meses de janeiro e fevereiro do ano corrente, o varejo registrou recuos de 7,6% no varejo restrito e de 10,1% no ampliado. Ambos os resultados representam as piores performances do varejo em volume de vendas nesse tipo de comparação, em suas respectivas séries históricas. Além disso, em ambos os casos as perdas registradas nos dois primeiros meses de 2016 superam os ritmos médios verificados ao longo de todo o ano de 2015 (-4,3% e -8,6%, respectivamente).”Vislumbramos a continuidade na perda de força da inflação no segundo semestre do ano”, afirma Bentes. “Isso deve fazer com que o varejo restrito feche o ano na casa dos -4,5%, resultado mais negativo que o do ano passado, mas que sinaliza para uma melhora para o segundo semestre do ano”, complementa.

confira aqui a Análise PMC na íntegra.