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Ingrid Guimarães critica estereótipos e revela ter recusado papel de "feia" em filme

A atriz lembrou sua estreia na televisão: "As comediantes eram subjugadas à feia ou gostosa"

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Ingrid Guimarães estreou na televisão em 1993, mas não guarda boas recordações da época. Em entrevista à amiga Tatá Werneck no "Lady Night", ela contou que era encaixada em estereótipos. "Eu era sempre chamada para fazer secretária, empregada... Porque na minha época as comediantes eram muito subjugadas à feia ou a gostosa. Quando eu fiz o programa do Chico Anysio, ficavam separadas as feias em um camarim e as gostosas de biquíni, em outro. Depois o humor foi mudando e a mulher conseguiu chegar em outro lugar. Teve uma hora que tomei uma decisão na minha vida: 'Não vou mais fazer papel de feia ou que tenha algum esteriótipo'", contou ela, que chegou a recusar um papel em um longa do Renato Aragão

"Disse para um produtor de elenco: 'não me chama mais'. Neguei uma personagem, o Didi [Renato Aragão] sonhava com a bonita e a feia. A bonita era a Danielle Winits e a feia, era eu. Eu disse: 'Não vou fazer'. Por que a comediante tem que ser a feia? A gorda só pode fazer papel de gorda? Não fiz e criei um modelo baseada na Gisele Bündchen", lembrou a atriz, que fez tanto sucesso na pele de Elvira, em "Novo Mundo", que a morte da personagem chegou a ser cancelada a pedido do público. "Essa personagem foi um pedido meu. Falei para o Silvio [de Abreu, diretor do departamento de dramaturgia da Globo]: 'me dá uma coisa diferente. Algo que nunca fiz'. Eu peguei com unhas e dentes", disse.

A atriz contou, ainda, que gosta de dar oportunidades para atores no início da carreira. "Eu tenho muito agonia de quem é muito talentosa, mas ainda não aconteceu. Porque fui por muitos anos essa menina. Eu vivi só de teatro na vida. As pessoas não tinham olhar para mim. Porque a vida é feita de olhares sob você. As pessoas colocam os comediantes numa gaveta e só você pode se tirar. Porque ninguém vai tirar".