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Isis Valverde defende cena de briga entre mulheres em "A força do querer"

A atriz, contudo, se declara feminista: "Mas acho que abraçaram a causa de maneira errada"

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Isis Valverde tirou um tempinho na agenda cheia de protagonista da novela das nove para lançar o longa "Malasartes e o duelo com a morte", filme no qual vive a mocinha Áurea. "É uma personagem delicada, doce, mas não é frágil. É ingênua, pura, mas não é burra. Ela tem essa mistura para encantar um Malasartes da vida. E a história tem essa coisa mineira, bucólica, um lugar de fazenda, casarões. Lembra muito a minha infância. Minha avó e minha mãe contavam essas histórias para mim", entregou ela, que levou filosofias do filme até mesmo para a vida pessoal. Namorando há quase dois anos o modelo André Resende, a atriz falou que não idealiza casamento. "Até porque acho que idealizar a vida é muito delicado. Não idealizo nada para não me frustrar. Você ter expectativa, querer algo, ok, mas idealizar que vai ser de 'tal forma', cara, vai cair um pé d'água no dia. A vida é uma coisa maior do que a gente. O filme traz isso, inclusive. O Candinho fala 'a vida dá laço na gente'. O filme fala dessa coisa da vida, de ser incontrolável. Não dá para mandar nela", explicou.

Isis, que já se declarou feminista e, na estreia de "A força do querer", chegou a usar uma camiseta com os dizeres "We should all be feminists" ("Deveríamos ser todos feministas", em português), comentou o sucesso da cena em que Ritinha, sua personagem na novela de Glória Perez, junta-se a Joyce (Maria Fernanda Cândido) para bater em Irene (Débora Falabella), que deu o maior pico da audiência da trama. Será que é resultado de uma sociedade ainda machista? "Eu acho que nós, mulheres, estamos levando o feminismo para um lado que é um pouco contraditório. Por que você não pode rebater uma pessoa que é má, psicopata, que engana os outros, que quer o mal das pessoas? Você rebater uma pessoa dessas só porque ela é mulher e você também é errado? Acho que o feminismo é querer o bem de outras mulheres, a igualdade dos sexos, não querer tampar com a peneira o mal que uma pessoa faz. A Irene, para mim, é uma pessoa do mal, tem índole má. As pessoas queriam ver isso. Acho que os feministas - e eu sou feminista, tá? - abraçaram a causa de forma errada, no meu ponto de vista. Sou aberta a outros, claro, mas foi como enxerguei a cena. Para mim foi isso", analisou.

Mas e quanto incitar a briga de mulheres por homens na televisão? "A questão ali não foi marido ou casamento", defendeu. E sua Ritinha? Por que será que ganhou as graças do público mesmo sendo tão contraditória? "Ela é sereia, gente. Sereia tem mistérios, é um ser que não dá para entender no nosso plano.  Então eu construí um personagem que é amoral, uma força da natureza. É como um tsunami, ele vem e mata mil pessoas, mas ninguém deixa de ir à praia", explicou.