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Marília Mendonça sobre a onda do feminejo: “Eu não me via em ninguém"

Cantora falou sobre novos sucessos, representatividade, composições e preocupações

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Marília Mendonça está com tudo e não está prosa. Vejam só: apenas na última semana, ela lançou três singles que fazem parte do novo DVD “Marília Mendonça (Ao Vivo)”: “Traição Não Tem Perdão”, “Amante Não Tem Lar” e “De Quem É A Culpa”. Em uma semana no YouTube, os vídeos já ultrapassaram a marca de 17 milhões de visualizações. A prova dos nove de que o feminejo - que ela encabeça ao lado das irmãs Maiara e Maraísa e Simone e Simaria - deu certo.

“Eu acho que o que faltava na gente era coragem para falar de assuntos com os quais as mulheres se identificassem. Hoje, nós não mostramos uma mulher que serve o homem e nem que é uma boneca. Sabe por que? A verdade é que nós mulheres somos ciumentas e somos da maneira que cantamos nas músicas mesmo. Somos humanas. É importante que o público olhe para o palco e se identifique com o que está vendo. Antes, a gente só tinha personagens e Barbies como referência e que nós sabíamos que nunca seriamos parecidas com elas. Hoje, nós somos autênticas de verdade e de carne osso. Eu brinco que se você quiser encostar em mim e me pegar, não tem problema. Eu sou de verdade, assim como todo mundo”, falou à coluna após show no Rio.

A questão para Marília versa sobre representatividade. “Eu não me via em ninguém. Eu precisava me identificar com um homem no cenário da música, como o Jorge, da dupla com o Mateus, e o Henrique, companheiro do Juliano. Eu via como eles são e achava o máximo saber que eles tomam a cervejinha deles, são de boa com a vida, simples e humildes. Mas hoje, as mulheres já possuem representantes em cima do palco”, observou. E não só: além de se sentirem representadas, elas ouvem a realidade do nosso mundo-cão-amoroso. 

“A maioria das histórias são reais e muitas vezes aconteceram ou comigo ou com alguém que eu conheço. Desde quando eu era só compositora, eu sempre achei que uma música não geraria identificação em ninguém se ela tivesse sido inventada. Por isso, tinha que ter uma história real para eu me basear. Afinal, se aconteceu com uma pessoa, pode acontecer com várias outras. E é essa identificação que faz a música hoje em dia ser sucesso”, explicou.

Território marcado, a preocupação agora é sedimentar o espaço. “Depois que a gente chega, eu acho que ninguém quer sair mais. Por mais que seja uma situação louca, é viciante ouvir milhares de pessoas cantando a sua música e dói só de imaginar que um dia isso pode acabar. Então, o que precisa é estar sempre atento ao cotidiano das pessoas e não deixar a cabeça ir além. Eu comecei fazendo música comercial e nunca vou deixar de fazer isso. Embora eu seja de uma vertente mais popular, não preciso abrir mão de nenhuma das duas artes. Se foi isso que me deu sucesso e me trouxe aonde eu estou, eu não tenho porque abandonar. Depois que a pessoa entende isso e coloca na cabeça, é só seguir em frente”, finalizou - cheia da vontade.