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SPFWTRANSN42 #Day 5: a ótima estreia da Just Kids, em desfile na Cartel 011

Projeto vem da união criativa de Juliana Jabour e Karen Fuke. Veja os looks!

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E no meio de tantas grifes consolidadas, a dupla de estilistas Juliana Jabour e Karen Fuke estreiam seu projeto JUST KIDS com uma apresentação na Cartel 011, em São Paulo. A dupla se libertou das amarras comerciais para criar uma coleção cápsula que flerta com a subversão e o underground. Uma espécie de brincadeira, segundo as próprias estilistas. Daí o nome, que remete à inocência infantil. Neste momento, são 10 peças, todas compostas por moletons amplos e trabalhados com estampas statement. “Na verdade nos juntamos como uma brincadeira, e não sabemos ainda onde isso vai parar. Pensamos em um conceito street, algo que nós curtimos bastante”, comentou Ju Jabour, que mantêm sem trabalho homônimo.

Abrindo mão das tendências da indústria, o foco da marca está na síntese da criação de roupas para serem usadas na vida real – para quem aposta em uma pegada um pouco mais agressiva. Embalada pelo conceito Urban Freedom, movimento natural que rege a vida de jovens urbanos, as estilistas apostam nessa geração que está preocupada em reocupar os espaços públicos. “A gente começou sem nenhum compromisso, apenas para fazer algo que nos desse prazer. Como uma verdadeira brincadeira de criança. Tanto que não tem um formato de coleção. É uma capsulo. Nós não temos formas, modelagens e tecidos. São moletons que a gente gostaria de usar”, disse Karen Fuke, que desde de maio deixou o comando criativo da Triton.

Longe das grandes marcas, a dupla apostou em um desfile simples, underground e com um casting de modelos cheio de atitude, que acompanhava o mood das peças. Á tona, surgiram peças unisseex em formato de blusões, jaquetas, camisetões, calças e os irresistíveis moletons, que custam entre R$ 600 e R$ 800. ” As modelagens são bem simples, mas a riqueza está nos benefícios. Tem peças, por exemplo, que têm cinco intervenções. Hoje, nos buscamos uma coisa mais gráfica, com a cartela clássica de preto, cinza mescla e off-white”, disse Juliana, que apesar de manter sua marca homônima, tem se divertido com o novo projeto. “A gente não sabe onde isso vai dar e não temos o menor comprometimento com o calendário. A gente só quer fazer aquilo o que quer: que é brincar com as peças. A moda está muito chata, e posso falar isso porque fiquei 16 anos a frente de uma marca. Eu acho que tá tudo muito igual. O comercial tomou conta de tanta coisa que a parte criativa estão se perdendo”, avaliou Karen.

Em um clima punk rock, o desfile contou beleza de Amanda Schün. E, como a marca carrega em seu DNA a vibe do streetwear, a subjetividade ficou demarcada no rosto e nos cabelos dos modelos. Para o espetáculo, a maquiadora apostou em intervenções caligráficas e geométricas que se destacavam em um rosto quase intocável. “para o desfile nós apostamos em clima mais natural. O rosto não tem quase nada de correção. Muito pelo contrário, nós até demos destaques para rosácea, olheiras e espinhas. Mostrando rostos que nós vemos no dia a dia. E ainda combinei com a minha equipe de fazermos intervenções artísticas no rosto dos modelos, nos moldes do que vemos nas ruas. A gente pode usar glitter, gloss, cor, mas tudo dentro do contato da expressão deles. O intuito é impactar”, revelou.

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