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SPFWTRANSN42 #Day 2: no MASP, À La Garçonne abre o segundo dia de desfiles

Apresentação reforça o DNA da marca de Fabio Souza com direção criativa de Herchcovitch

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De “Somewhere over the rainbow” ao rap tradicional paulista, passando pelos hits pop’s que fazem história, o segundo dia de SPFWTRANSN42 se destacou também pela música. A segunda etapa da semana de moda mais importante do país começou no MASP, Museu de Arte de São Paulo, onde a dupla Alexandre Herchcovitch e Fabio Souza apresentou a nova coleção da À La Garçonne. Seguindo o line-up, Reinaldo Lourenço encantou jornalistas e convidados com suas criações no Teatro Santander. Por fim, no Parque Ibirapuera com os desfiles de Patrícia Viera e da grife Lab, do músico Emicida. Por lá, a carioca que tem o couro como sua marca registrada, nos levou para uma viagem na Ilha de Páscoa. Enquanto Emicida estreou sua marca de moda nas passarelas ao som de rap e presenças ilustres na catwalk. Vem que a gente conta tudo!

Embalada pelos clássicos do pop internacional, a grife À La Garçonne abriu o segundo dia de desfiles do SPFWTRANSN42. Na coleção que reafirma o DNA da marca de Fabio Souza, o diretor criativo Alexandre Herchcovitch apostou no reuso de peças de temporadas passadas e na consolidação da matéria-prima sustentável. “Nós buscamos inspiração na própria marca, que já existe há dez anos. Ou seja, aplicamos a ideia de upcycling e trouxemos para essa coleção peças que já tínhamos no estoque, por exemplo”, explicou Herchcovitch que fez questão de destacar que a consciência ecológica não é mais uma tendência de estação no cenário fashion internacional. “Não é mais em prol da natureza. Eu acho que este é um assunto que a moda demorou muito para entrar. E, como uma das bases da À La Garçonne é comercializar sem descartar nada que seja antigo ou usado, a gente fez isso também na roupa. Então não é algo para essa coleção. A vida inteira será assim”, avaliou.

Porém, embora o conceito norteador fosse a ideia de reuso, a À La Garçonne apresentou novidades e belas peças. Segundo o diretor criativo da grife, apesar do DNA da marca seguir a tendência de reutilização, novas apostas e produções são sempre bem-vindas. “Obviamente que tem um ponto ou outro de novidades que partiram de referências esportivas e um pouco de motocross, que são facilmente perceptíveis. Porém, eu acho que essa inspiração das peças novas se destaca menos quando comparada à ideia de reuso”, disse Herchcovitch sobre a coleção que apresentou um contraponto entre os conceitos criativos para o desenvolvimento da coleção. “A gente quis misturar a questão e a inspiração Vitoriana com um contraponto extremo que seria o motocross. No entanto, no fim, vários esportes compuseram esse moadboard, como basquete, hockey e esportes coloridos”, explicou Fabio Souza.

Além das belas peças, a trilha sonora do desfile da À La Garçonne foi um destaque à parte. Assinada por Max Blum, a playlist reuniu clássicos do pop internacional interpretados à capela. Ou seja, enquanto os looks da grife cruzavam a passarela montada no MASP, na capital paulistana, BeyoncéLady Gaga e muitas outras divas do cenário musical animavam os convidados. Como contou Alexandre Herchcovitch, a apresentação musical foi uma combinação de duas situações. “O Fabio queria uma trilha animada e, tecnicamente, nós chegamos à ideia de fazer as músicas à capela. A gente achou que, com o instrumental, o áudio fosse ser melhor distribuído no local que não possui uma acústica para esse tipo de proposta”, detalhou.

Sucesso nas passarelas, a dupla Herchcovitch e Fabio Souza já pode se considerar adepta ao conceito do “see now buy now”. Depois do desfile que ocorreu na parte da manhã desta segunda-feira, a marca já se preparava para iniciar a comercialização das peças. “Parte desta coleção será vendida a partir das 13h no e-commerce e na loja física. E, a partir de quarta-feira, toda a coleção estará disponível nas lojas”, adiantou Alexandre Herchcovitch.

Na marca de Fabio Souza, o velho vira novo; tecidos antigos convivem em harmonia com novos materiais, em uma mistura fina e cheia de atitude. Acima de tudo, a A La Garçonne vende um estilo de vida, perfeito para quem busca algo além de roupas e acessórios para vestir sua personalidade cosmopolita. Sob a direção criativa de Alexandre Herchcovitch, a ALG continuou o belo exercício de moda contemporânea com forte perfume vintage. Mas o DNA da marca vai mais além, imprimindo referências atemporais, como  em peças que já nascem hit. O querido militarismo marcou presença, tanto em parkas e jaquetas militares dignas de uma nova atitude punk até em uma releitura própria do print camuflado. O couro pontuou algumas peças, como jaquetas e shorts masculinos e femininos, ricamente trabalhados com pinturas feitas à mão.

A assinatura da marca também está presente nas peças “remixadas” ou reformadas, algo que muito vem a calhar em tempos de slow fashion e reuso de materiais pautados pela cartilha da sustentabilidade. Vestidos longos pautados por fluidez e transparências sutis evidenciaram o novo desejo romântico da moda, valorizando uma modelagem impecável. Ícones da estética esportiva permearam toda a coleção a partir de um trabalho de estamparia localizada em moletons e jaquetas, além de t-shirts, essas que flertavam com uniformes e trajes esportivos. Uma moda que vai a fundo no movimento “genderless”, sem gênero, já que o mix comprovadamente veste (e muito bem) homens e mulheres. Outra estética que deu as caras foi a dos letreiros estampados com tipografia heavy metal, vista e revista na última temporada internacional, tanto nas ruas quantos nas passarelas. A modelagem elegeu a alfaiataria como último recurso, em camisas bem cortadas e calças inventivas, de comprimento cropped para eles. Um floral ingênuo azul em fundo branco ensaiou um retorno, um contraponto idílico ao mood mais pesado do restante da coleção.

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