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E a polêmica segue… Agora é Ingra Liberato quem deixa a comissão do Oscar

Atriz confessou em rede social que “está sendo um peso de tirar o sono” participar do grupo

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“Aquarius”, além de ser o filme nacional mais interessante de todo este ano, deve logo mais ganhar o posto de mais polêmico também. O filme de Kleber Mendonça Filho segue cercado de burburinho, em diversas frentes - mas especialmente por conta da comissão que selecionará o filme brasileiro do Oscar do próximo ano.

Depois dos cineastas Anna Muylaert e Gabriel Mascaro retirarem seus filmes da competição e de Guilherme Fiúza Zenha pedir para deixar o grupo, agora é a atriz Ingra Liberato quem se mostra insatisfeita com o processo e acaba de anunciar sua saída.

Tudo por conta da participação de Marcos Petrucelli, notório opositor de Kleber Mendonça. Ingra desabafou em seu perfil no Facebook: 

Sou contra o golpe da cena política atual e achei bem oportuna a manifestação feita pela equipe de Aquarius no tapete vermelho de Cannes, mas é claro que isso não pode influenciar em nada o processo de escolha. Me convidaram para fazer parte dessa comissão e aceitei por pura devoção ao cinema, porque não ganhamos cachê para esse serviço e por enquanto estamos todos aguentando firmemente o que deveria ser um prazer, mas está sendo um peso de tirar o sono. Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o (Marcos) Petruccelli a sair? Forçar todos a sair? Do mesmo jeito que eu aceitei contribuir com nosso cinema, aceito sair dessa comissão e continuar contribuindo de outras formas. Como já disse, o único motivo do aceite foi querer prestar um serviço guiada pelo amor ao nosso cinema. Mas diante de tal reação contra atitudes do Ministério, o que devemos fazer? Vamos cruzar os braços e não mandar filme para o Oscar esse ano, porque o país foi tomado? Não me parece coerente, porque continuamos nossas produções já que esse é nosso trabalho. Escolher um filme também é nosso trabalho. Vamos nos unir contra qualquer tipo de manipulação e a gritaria tenta impedir que isso aconteça. Acho válido, mas já estão todos mais do que atentos e prontos para cobrar competência. Para fazer justiça onde sei, o Bertini só me fez um pedido: imparcialidade total. Esse caminho deveria estar sendo feito de mãos dadas. Tem gente pulando fora e o barco está afundando, mas esse é nosso barco. Eu ofereço humildemente meu posto se acharem que outra pessoa mais indicada deve ocupar o lugar. O filme que vai representar a identidade e qualidade do nosso cinema, deve estar acima das disputas aqui embaixo. Acredito que todo o grupo está completamente comprometido com a escolha do melhor filme para atender o objetivo de toda a classe cinematográfica: ter um filme brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Mas vejo filmes fundamentais saindo de cena. Tristeza. Que Deus nos ilumine e tenhamos a capacidade sublime de viver esse processo juntos, fortalecendo nosso cinema já tão prejudicado por politicagem e interesses que nada tem a ver com arte.

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