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Musical sobre a bossa-nova inaugura o Teatro Riachuelo, em prédio histórico. Veja!

Thiago Fragoso e Letícia Persiles estrelam o musical “Garota de Ipanema - O amor é bossa”

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Uma noite memorável para os amantes do teatro e da nossa cultura popular brasileira. Com o musical “Garota de Ipanema – O Amor é Bossa”, o antigo e histórico prédio do Cine Palácio reabriu suas portas totalmente revitalizado, depois de uma obra que durou exatos oito anos, batizado hoje de Teatro Riachuelo Rio. A construção, cravada no Centro da urbe, ostenta arquitetura imponente e chama atenção, não só pelo luxo, mas também pela modernidade e qualidade de som e iluminação. Para brindar essa grande estreia, a casa abriu suas cortinas para o espetáculo dirigido por Gustava Gasparani e, como não poderia ser diferente, diversos famosos marcaram presença na reabertura deste espaço que promete ser o novo berço da cultura carioca. Nós, da coluna HT, estávamos lá e te contamos tudo o que aconteceu. Vem!

Durante uma sessão fechada para convidados, Luiz Calainho, Aniela Jordan e Fernando Campos, idealizadores do projeto e integrantes da produtora Aventura, falaram inúmeras vezes a palavra “sonho” para definir a realização do ambicioso projeto. “A gente está feliz, honrado e ultra empolgado de está realizando esse sonho, porque, afinal de contas, está nascendo um novo teatro na cidade do Rio. É um prédio histórico que tem mais de 100 anos e hoje a gente tem o privilégio de devolver esse presente aos cariocas. Ainda mais nesse momento pós-olímpico, que foi tão especial para todo mundo. É um grande sonho realizado”, comemorou Calainho, que ainda relembrou o marco da bossa nova no nosso país e no exterior. “Eu conheço o nosso Roberto Menescal desde 1977. A gente viajava muito na época de juventude, então essa conexão com a bossa nova vem lá de trás, fora que veio da minha família também”, recordou o empresário.

E falando em bossa, a escolha do musical “Garota de Ipanema” não poderia ter sido mais assertiva. Com Thiago Fragoso e Letícia Persiles como o casal protagonista da produção, o espetáculo costura canções marcantes do gênero, que despontou o cenário cultural do Brasil para o mundo, com muito charme, humor e elegância. Com texto de Thelma Guedes, a peça é embalada por clássicos de Tom Jobim e Vinícios de Moraes como “Dindi”, “Wave”, “Chega de Saudade”, “Ela é Carioca”, “Samba do Avião” e claro, “Garota de Ipanema”, se tornando uma deliciosa viagem no tempo. Tempo esse que também foi marcado pela ditadura militar, a guerra do Vietnã, libertação feminista e crises políticas. Tudo contado na peça.

Na produção, Thiago Fragoso vive Zeca, um rapaz da zona sul do Rio que se apaixona por Deolinda (Letícia Persiles), uma garota casada com um militar e residente do bairro do Méier. Entre muitas idas e vindas, a música é o principal fator que acaba unindo o casal. “Foi uma super emoção. Foi uma estreia cheia de significados, já que também marca a abertura desse teatro. A peça faz esse apelo ao Rio imaginário que a gente tem da década de 50 e 60, que era um Rio lúdico e tão simbólico. A bossa foi um movimento que exportou nossa cultura para o mundo e exalta a beleza, o amor e a positividade, coisas que a gente tem deixado muito de lado nos dias de hoje”, comentou o ator, que ainda revelou ser um apaixonado pelo ritmo. “Meus pais sempre gostavam de bossa nova e tocavam no violão pra mim. Foi fácil mergulhar nessa história, porque eu tenho uma memória afetiva muito grande com o movimento. Mas falando do Zeca, ele é um cara apaixonado, que faz da música a sua grande arma”, avaliou ele. Apesar de serem personagens fictícios, Tom e Vinícios ganham espaço no conturbado romance entre Zeca e Deolinda.

Entre os convidados da plateia, o diretor de novelas Jorge Fernando relembrou os tempos que frequentava o antigo Cine Palácio. “Esse teatro veio na hora certa e é um espaço que me trás várias recordações. Lembro quando vinha ver filmes com mamãe aqui. Eu assisti a grandes produções no Palácio. Um teatro desse porte ser lançado no coração do Rio e um Rio que está crescendo culturalmente é incrível”, avaliou. Já Marcelo Serrado, no ar em “Velho Chico”, também foi um dos idealizadores do “Garota de Ipanema – o Amor é Bossa”. “Sempre que abre um novo teatro no Rio é um motivo para comemorar, né? Nós artistas vibramos muito. E eu sou o idealizador desse musical que está sendo apresentado nesta inauguração. Não fui o produtor porque estava mergulhado na novela, mas ajudei a idealizar”, falou Marcelo Serrado, que chegou ao teatro recebendo flores e comentou o momento de crise na cultura brasileira. “Um país sem cultura é um país sem identidade. É importante que a gente esteja sempre esteja fazendo coisas brasileiras como esse espetáculo que fala tanto de amor”, comentou. Ângela Vieira, Gabriel Leone, Lucinha Lins e Diogo Nogueira foram outros famosos que também passaram pelo local.

Agora, voltando a falar do espetáculo, além do casal protagonista, um elenco extremamente competente e afiado completa os cenários com dança e claro, cantando as 40 canções que fazem parte da trilha sonora da peça. Uma banda de sete músicos se encarrega de acompanhar os atores, que vira e mexe, também se arriscam em alguns instrumentos durante a apresentação. O cenário é simples, mas a atuação e as canções entoadas pelos artistas da montagem conseguem preencher todo o espaço do teatro.

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