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Morre Elke Maravilha, a diva das divas que deixa um legado de trabalho e atitude

Atriz estava internada há mais de um mês na UTI da Casa de Saúde Pinheiro Machado, em coma induzido

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O Brasil inteiro que acompanhava o estado de saúde de Elke Maravilha internada há mais de um mês na UTI da Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, sofreu um baque hoje, por volta de 1h, com a notícia da morte de uma das atrizes mais performáticas que esse país já teve.

Depois de ter recebido alta no dia 30 de junho, a atriz de 71 anos precisou voltar a ser entubada às pressas no hospital da Zona Sul do Rio, após ser submetida a uma cirurgia para tratar de uma úlcera. Ela estava em coma induzido para se recuperar da operação. Batizada como Elke Georgievna Grunnupp, a artista nasceu em São Petersburgo e veio para o Brasil ainda criança. Elke, que também tinha nacionalidade alemã, acumulava trabalhos no cinema, na televisão e no teatro.

Meu último encontro com a diva foi na edição Verão 2016 do Minas Trend, realizada no Expominas, em Belo Horizonte, em abril do ano passado. Elke estava de mãos dadas com Paulo Martinez, diretor do desfile de abertura do evento de moda mineira. O flagra foi a caminho do camarim de Lucas Magalhães  de quem se diz fã inveterado e que já fez figurinos para a diva. Com aquela delicadeza e humor ela dizia: “Amores, a melhor coisa do mundo é beijar na boca. E fazer sexo faz um bem danado para a pele”, mostrando a tez. Os fotógrafos registraram o encontro ao lado do estilista e de Patricia Bonaldi. E no bate-papo, Elke ainda completou: “Estou com 70 anos, mas estou bem. Como dizia o Itamar Assumpção, quando você tem sessenta, você tenta. Quando tem setenta, você senta”.

Em seguida, ela foi a sensação na sala de desfiles na front row. Até Gloria Kalil quis tirar um selfie ao lado da diva, que já participou de filmes importantes no cinema nacional como “Xica da Silva” (de Cacá Diegues, 1976) e “Pixote”(de Hector Babenco, 1981), além de ser retratada como ela mesma em outros como “Zuzu Angel” (de Sergio Rezende, 2006, na pele de Luana Piovani) e em peças como “Chacrinha – o musical” (de Andrucha Waddington, no qual foi interpretada por Mariana Gallindo).

O site HT perguntou ainda para Elke qual o segredo para se manter neste estilo único por décadas, sem precisar se render ao fast fashion e à mesmice da moda ditada por vitrines pasteurizadas?” A resposta foi rápida: “Nunca me rendi a nada, e pensam que eu tenho a ver com os hippies dos anos setenta, nada disso. Meu lance, já naquela época, era ser punk”. e não parou por aí: “Tenho uma ligação muito forte com o aspecto artesanal da moda que é feita por aqui, com essa coisa rica. Por isso estou adorando o Minas Trend”.

E, sobre suas inspirações na moda, ela se dizia felina: “a beleza dos animais me atrai. As onças, leões, pavões, cobras. Os deuses estavam pouquíssimo animados quando criaram o ser humano, esse macaco pelado”. E as fêmeass são tãoooo sem gracinha, os machos sempre são mais interessantes, vide a juba do leão e a cauda do pavão. O bicho-homem tem muito a aprender com a natureza, mas observa menos do que deveria”.