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“O nosso intuito é comercial”, diz Reginaldo Fonseca, da Mega Fashion Week

Responsável pelo evento nos falou sobre as principais tendências da próxima temporada

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Serão 1.400 looks distribuídos em 11 desfiles realizados segunda e terça-feiras, dias 25 e 26 de julho, durante a Mega Fashion Week, organizada pelo maior shopping atacadista de São Paulo, o Mega Pólo Moda. Pensa que é impossível fazer tudo isso? Pois o responsável pelas apresentações, Reginaldo Fonseca, usa seus 29 anos de experiência à frente da Companhia Paulista de Moda para comandar cerca de 60 modelos e uma equipe de mais de 120 pessoas. Difícil? Não para ele, que já fez mais de 40 semanas de moda pelo Mega Pólo Moda e, no exterior, atende oito países, entre eles a Angola – como já contamos por aqui na coluna HT. “Mas é bem diferente. Enquanto as fashion weeks tradicionais misturam conceito com tendência, o nosso intuito na Mega Fashion Week é completamente comercial. Tudo é rápido, o nosso trabalho sempre foi mostrar e vender”, explicou.

Falando assim, é impossível não lembrar do conceito “see now, buy now”, adotado nas principais passarelas internacionais nas últimas temporadas. “Pois é, agora o mundo está pensando diferente. Eu sempre fui assim, não gosto de nada fantasioso, quero gerar negócios imediatos, até por que eu acredito veementemente que compra é emoção. Aqui, as roupas não são conceitos. Elas são feitas para o guarda-roupa. Não tem fantasia. Acredito que, em breve, todas as semanas vão se adequar a esse movimento de mostrar e vender imediatamente. Vai ser algo mundial”, disse Reginaldo.

O mercado atacadista tem especificidades bem claras. “É ágil, não pára nunca. O fluxo de pessoas e negócios é gigantesco. Basta lembrar que estamos sempre duas coleções internacionais atrasados. Os lojistas já têm as referências do que está na moda e não querem mais fazer pedido e esperar, Querem novidades imediatas. No Mega Pólo, os clientes vão a cada 15 dias comprar e têm que ter sempre opção de novos produtos. Por isso a rotatividade é enorme, e, consequentemente, a pesquisa também”, explicou ele. E nem a recessão econômica pela qual o país passa diminuiu esse movimento. “Nos últimos cinco anos o mundo inteiro passou por uma transformação. Isso só nos exige mais criatividade e um trabalho mais específico. Quem gosta de roupa, compra, mas as pessoas querem peças boas, de qualidade, a preço justo. A fast fashion tem essa característica”, analisou.

E quais são as tendências da temporada de Primavera/Verão 2017, Reginaldo? “No desfile, tentamos pincelar sempre o melhor do Mega Pólo Moda dentro do que está em alta no mundo e criar histórias informativas que comuniquem a moda. Os clientes levam as tendências para as suas lojas, mas é claro que tem de tudo um pouco. A minha aposta pode ser totalmente diferente do que vem do Nordeste ou do Sul do país, até porque o Brasil é enorme e muito amplo”, afirmou ele, que, apesar disso, acredita que estampas, cores e tecidos leves vão estar em alta: “Saias, decotes e estampas tropicais serão bastante usados. A febre dos shorts também continua e acredito que transparências, tricô e a combinação de preto com branco vai agradar bastante. Roupas coloridas também”, disse.

A relação com os lojistas, claro, é a melhor possível. “É tudo bem aberto. Eles ouvem a gente, aguardam looks decisivos. São muitas lojas diferentes juntas e, ainda assim, conseguimos contar uma história. É uma responsabilidade enorme, porque nós somos o meio entre a indústria e o consumidor final”, afirmou ele, que foi além: “Mas a ideia é comunicar. E é essa comunicação gera desejo”. A gente sabe.

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