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Sonia Braga também responde a críticas de Marcelo Calero, Ministro da Cultura

Ministro alfineta protesto em Cannes e atriz chama sua postura de “inadmissível”

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Nós relatamos por aqui, nesta segunda (06), o bafafá que o Ministro da Cultura, Marcelo Calero, e o diretor Kleber Mendonça Filho, de ‘Aquarius’, armaram em torno do protesto realizado pelo elenco e equipe do filme na última edição do Festival de Cannes.

Nesta terça (07), foi a vez de Sonia Braga, protagonista do longa, se posicionar em relação aos comentários do Ministro, de que a manifestação teria sido “infantil” e “quase totalitária”.

Em sua página no Facebook, Sonia escreveu, afiadíssima:

Aula de História para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade. Eu, só de profissão, tenho 50. Na época da Abertura, os artistas não tinham sequer uma lei que regulasse a profissão. Essa lei foi promulgada em 1978, depois de muita luta, da qual tive a honra de participar. Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos. E pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria do cinema brasileiro e sustentou este título por 30 anos - também ganhando, com filmes brasileiros, além de projeção internacional, muitos prêmios no exterior, promovendo assim o nome de Brasil e de nossa cultura. Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro? Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. Uma coisa é certa: estamos juntos. O Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora. A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior. Senhor Ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito.

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