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Dragão Fashion Brasil - Desfile da Doisélles mostra rigor no tricô e no crochê

Raquel Guimarães assina coleção com peças fluidas e sobreposições

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O desfile da mineira Raquel Guimarães foi muito além de pura moda, tendência, roupa ou fashion show. Tinha mensagem – não necessariamente explícita para gregos e troianos – por trás de cada cruzada de agulha presente naquela passarela. A começar pelo modus operandi: Raquel é uma mineira expert em crochê e tricô. 

E utilizou lã de ovelha do Uruguai para desenvolver sua coleção. Mas não é qualquer ovelha. São as negras. E daí já se traça outro paralelo: presidiários, as ovelhas negras da sociedade, homens de um presídio de segurança máxima ensinados por Raquel a tricotar, têm dedo – literalmente – nas peças. Assim como a trilha sonora que começou “caminhando” a passos lentos até chegar ao nível de tensão, as roupas da coleção seguiram pelo menos rumo: Raquel começa a coleção clara, até ser sucumbida por completo pelo preto – com espaço para o vermelho. 

Sobreposições e silhuetas justas, com uma fluidez pesada evidenciam o handmade de um trabalho com agulhas grossas, resultando em modelagens amplas, mezzo oversized – o termo do momento para quem gosta de seguir o mainstream fashion. Destaque para as sobreposições e para a fluidez das peças de apoio, contrastando com a rigidez do crochê e do tricô da Doisélles.

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