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Dragão Fashion Brasil: Gil Braga manipula texturas com maestria. Veja!

Estilista entregou coleção atemporal, sem delimitar o estilo de sua mulher

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Nem larva, nem borboleta. Gil Braga pensou no estágio de pupa dos insetos – a chamada crisálida – para nortear sua coleção. Esse estágio intermediário do processo de evolução, onde uma coloração metálico-dourada encontra-se nas pupas, serve para corroborar a metáfora do estilista, que encontra poesia na vida e não necessariamente uma explicação para ela – não que precisasse. 

É que crisálida é, na verdade, uma espécie de material genético, mas não tem identidade. Digo…depende do ponto de vista. Gil consegue ver presença na ausência. Conhecido por criar figurinos para peças teatrais e espetáculos de dança, ele quis entregar uma coleção atemporal, sem delimitar o estilo de sua mulher. 

Portanto, sem a obrigação de estabelecer um fio condutor entre o conceito e o produto final, ele conseguiu dar check mark em suas próprias questões. Foi quando, num primeiro bloco (o melhor, de ótimo resultado), tomado por uma paleta soturna, trabalhou com texturas, manipulando ondulações, nervuras, tafetá e criando uma estrutura desabada e inusitada, jogando na trend do momento: o jogo entre o rígido e o fluído no mesmo look. 

Com ar mezzo futurista mezzo psicodélico, Gil ainda conseguiu conferir um pouco de casualidade para peças repletas de conceito de passarela com decotes e transparências. Questionado sobre a semelhança com o desfile de Lino Villaventura no Inverno 2016, se saiu com: “Sinal de que estou no caminho certo”. Gil Braga está saindo do casulo, moda brasileira. Cheers!

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