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#SPFW: Paula Raia abre sua casa, nos Jardins, e tece fábula sobre o tempo

Verão 2017 da estilista é construído com materiais que simulam a ação do tempo

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“Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos, tempo, tempo, tempo, tempo… entro em um acordo contigo”. Foi assim, ao maior estilo desfile-poesia, que a estilista Paula Raia abriu sua casa, nos Jardins, para apresentar a coleção de verão 2017 de sua marca homônima. 

A coleção foi construída com materiais que simulavam a ação do tempo – com direito a seda feltrada à mão que dava a impressão de uma paisagem vista através de uma janela empoeirada e tules de algodão frágeis como teias que ganharam charme com os bordados à la trepadeiras aplicadas. “Têm peças que são assimétricas, que são diferentes do que eu sempre fiz. É uma coleção repleta de equilíbrio, ao meu ver”, analisou, na garagem de sua casa que serviu de backstage. 

Cores desbotadas, envelhecidas, cordas de algodão com pontas desconstruídas e estampas craqueladas ajudaram a reafirmar o conceito, simulando pinturas que sofreram ação do tempo. “É um processo manual que leva muito tempo. Desenvolvi e fiz tudo, mas a gente trabalha em cima desse método por muito tempo, então esse foi o maior desafio. E a calma que a gente tem que ter de que tudo vai dar certo, claro”, explicou. Bem ao estilo do tema “Mãos que valem ouro” da SPFW, a estilista apostou no trabalho manual como principal elemento da coleção. 

“A valorização do trabalho manual é tendência. Falamos de amplitude, de leveza. É minucioso em cada parte. A grande inspiração veio do tempo e da busca de estar presente o maior tempo possível. Hoje em dia, no imediatismo, acabamos perdendo muito. É uma valorização do processo da vida”, explicou. O tempo, até então compositor de destinos, ajudou a bordar.

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