"Yellow", "Viva la vida", "Clock" e "Hymn for the weekend" e todos os outros medalhões carimbados estiveram - como não poderia ser diferente - no setlist do Coldplay na noite deste domingo (10) no Estádio do Maracanã. Essa arena mesmo, queridos: fechado para o futebol, mas escancarado para a guitarrada. O que esse primeiro fato sugere? Chris Martin, Guy Berryman, Jonny Buckland, Will Champion cantam o que é sucesso, mas não necessariamente inventam a nova roda musical. No português mais claro: é um repertório frágil, mais do mesmo, de refrões simplórios. Até porque o "Baile de Favela" está aí para mostrar isso: nem tudo que é mainstream é bom. O que, no entanto, não é bem o caso do Coldplay. O conjunto da obra até agrada o público - e é isso que importa na real. Apesar de um olhar técnico escancarar essa ferida aberta, o mise-en-scène apresentado é mágico. O espetáculo vale o ingresso.
Como? Haja luz, fogos, confete, papel picado e palcos auxiliares. Tudo da forma mais colorida possível. Isso sem contar com pulseiras que distribuídas e, de acordo com que o setlist fosse avançando, elas ascendiam e iluminavam o Maracanã inteiro. O resultado, evidenciado nos cliques do nosso fotógrafo Vinicius Pereira, gera uma pergunta: quem ali, já tomado e cantando no repeat "ô-ô-ô...", estaria em condição de perceber alguma aresta aberta no repertório? E é exatamente aí que essa turma britânica de pop rock alternativo ganha o jogo. Safos.
Em tempo: Hipnotizado. Assim ficou Chris Martin antes de subir ao palco do Maracanã com seus colegas de Coldplay. O motivo tem nome, cabelos pretos e uma fila de hits: Anitta. É que Chris estava gravando um especial para um canal de música e acabou assistindo "Bang", aquele clipe rebolativo da poderosa. Perguntando então, ali no backstage, o que achava do fenômeno, disse que ela era muito bonita, mas que só havia dado para ver o "bumbum dela".
* Os pedidos dos caras do Coldplay para o camarim armado no Maracanã? Comidinhas orgânicas como mel, gengibre, tortilha chips, barrinha de proteína, vasos de flores e até o jornal do dia – local e americano.