Quem ouviu o álbum ‘Estratosférica’, deste ano, sabe bem: Gal Costa está no auge de sua carreira, justo no momento em que ela completa 50 anos. A cantora, aos 70 de idade, deslumbrou a plateia do Vivo Rio, no último sábado (10), com o show homônimo ao seu último álbum.
No palco, com direção artística de Marcus Preto e direção musical de Pupilo (baterista do Nação Zumbi), a eterna musa do tropicalismo mostrou sua pegada rock n’ roll, em um show um tanto mais solar que ‘Recanto’, sua última colaboração com Caetano Veloso.
Assim como abre o álbum, a canção ‘Sem medo, nem esperança’ foi a responsável por dar o pontapé inicial perfeito a noite, logo seguida por ‘Mal secreto’ (do álbum ‘Fa-tal’, de 1971) e ‘Jabitacá’, sucesso recente.
Durante a noite, o que se viu, do setlist, foram canções do último álbum mescladas a faixas antigas. As antigas, no entanto, nem sempre foram sucesso na voz da diva. Gal escolhe cantar, por exemplo, ‘Arara’, de Lulu Santos, e ‘Cartão postal’, de Rita Lee e Paulo Coelho, pouco conhecidas do público.
Além destas, o inédito samba ‘Pelo fio’, de Marcelo Camelo, ganha ares de João Gilberto na voz da cantora. E a voz da musa continua oscilando perfeitamente entre o registro cristalino (presente em ‘Sim, foi você’ e ‘Três da madrugada’) e a agressividade contagiante (como em ‘Meu nome é Gal’).
Em sua canção-assinatura, aliás, a baiana atualiza sua idade, para delírio da multidão: “meu nome é Gal, tenho 70 anos”. Aos 70, no auge, Gal facilmente dispara sua voz na estratosfera e emociona seus fãs. Já estamos esperando a próxima apresentação na cidade…